Há cada vez menos água na terra

A escassez crescente das reservas de água na terra está a provocar cada vez mais desigualdades sociais e tensões geopolíticas, sobretudo em África e nos países árabes.

A missão Grace, realizada com satélites da NASA, que estudou a água no subsolo do planeta ao longo de uma década, mostra que mais de metade dos 37 dos grandes aquíferos subterrâneos de água doce da terra estão a esgotar a um ritmo alarmante. Os mais sobrecarregados estão nas regiões mais secas, onde as populações dependem intensamente das águas subterrâneas.

Os dados de junho, citados pelo Washington Post, mostram que 21 dos grandes aquíferos – localizados um pouco por todo o globo, da China aos EUA, passando pelo Congo ou por França – já ultrapassaram o nível de sustentabilidade. Significa isto que foi retirada mais água do subsolo do que aquela que foi reposta. E há mais: 13 grandes aquíferos atingiram um nível crítico. O Sistema Aquífero Árabe, que serve 60 milhões de pessoas, é o mais pressionado. O segundo é o Indu (Noroeste da Índia e Paquistão) e o terceiro é o Murzuk-Djado, no Norte de África. Estes três sistemas são responsáveis por 35% da água utilizada no mundo.

No seu relatório de 2015, a Unesco também traça um cenário negro. Com dados de 2013, os cientistas das Nações Unidas perceberam que, no Sistema Árabe, por exemplo, a disponibilidade de água per capita está entre os zero e os 500 metros cúbicos, ou seja, em ‘escassez crítica’. O aquífero Murzuk-Djado, no Norte de África, estava na mesma situação.