O horror à independência da Catalunha

Fico sempre perplexo com as reações exaltadas contra a independência da Catalunha, para que apontam as sondagens sobre as eleições regionais do próximo domingo, dia 27: maioria quase segura de deputados, e provável até de votos.

Compreendo que o PP reaja assim, porque sempre o fez – e muito me convenci que até lhe conveio a ETA, e de alguma forma a alentou, como melhor forma de evitar a independência do País Basco (esperemos que este meu convencimento esteja errado). Agora, sobre a Catalunha, só pergunto isto: o que querem afinal? Demonstrar que uma independência é impossível por meios pacíficos e democráticos? Pedir aos céus que volte o terrorismo catalão, para então em guerra aberta, ver se a independência é ou não possível, esperando que muitos independentistas moderados fujam desta guerra, e prefiram ficar contrariados em Espanha (assobiando os símbolos nacionais sempre que podem, e mais frequentemente em jogos de futebol em que os espanhóis por lá aparecem a jogar contra o  Não quero defender a independência da Catalunha. Mas menos ainda quem a contraria quando se expressa por meios pacíficos e democráticos. Era bom que outras instituições internacionais, nomeadamente europeias, tivessem isto em conta. É que nem todos gostam de ser espanhóis, e menos ainda à força. Nós, os portugueses, na minha escassa opinião, temos a sorte de não o ser (ainda por cima, se lá entrássemos, mesmo com a nossa crise, seríamos talvez a 5ª zona mais rica, seguramente atrás da Catalunha e País basco, pelo que ainda tínhamos de contribuir para as outras – mais ainda depois da independência daqueles 2).