Grandes projetos estão de volta

Já há muito tempo que não surgiam notícias de novos projetos imobiliários em Portugal, mas este ano o panorama começa a ser alterado. Em pouco tempo foram anunciados empreendimentos que mostram que o mercado está a animar.

Já não são só a reabilitação, as grandes transações de imóveis comerciais ou os negócios que envolvem os vistos gold que estão a dinamizar o mercado. A construção nova regressa lentamente e começa a ‘mexer’ no país.

Um bom exemplo disso foi o anúncio no início do mês da Nova Vilamoura, referente à 2ª fase, que corresponde ao desenvolvimento de 400 hectares num investimento de mil milhões de euros. O projeto representa um dos maiores empreendimentos imobiliários em Portugal e proporciona um importante impulso à economia portuguesa e à região algarvia. Equivalente a oito vezes o tamanho do Mónaco, é um dos maiores empreendimentos de lazer do Algarve.

O master plan inclui uma área de construção bruta de baixa densidade de 680 mil m2, totalmente aprovada, numa área de implantação total de quatro milhões de m2. Estão disponíveis 18 projetos, com áreas de desenvolvimento que variam entre os 1,5 e os 168 hectares, combinando usos residenciais, lazer, turismo e retalho. Todos os projetos estão prontos para venda.

Segundo Paul Taylor, o CEO do projeto Vilamoura World, este “representa uma grande oportunidade de investimento no futuro de Portugal. O país está no caminho da recuperação e Vilamoura está orgulhosa por desempenhar um importante papel neste processo de renovação. Estamos, de facto, na primeira linha deste processo”.

Projetos também no Norte

Mais a norte de Portugal, com uma localização privilegiada na primeira linha do mar na marginal de Vila Nova de Gaia-Canidelo, o Uno Al Mar e o Riva Empreendimentos compõem o mais recente projeto residencial em construção pelo grupo Civilria. Integrando dois edifícios com um espaço comercial, 40 apartamentos e um loteamento para 17 moradias, disponibilizam tipologias desde T0 até T5, lotes de terreno para moradias e moradias concluídas. O projeto permite satisfazer alguma escassez de oferta que se nota na região.

A Civilria garante que existe mercado para estes produtos e que os portugueses continuam a comprar casa, embora de forma mais regrada e racional. Hoje, o facto de a compra ser mais cuidada, leva a que a escolha incida sobre um conjunto de fatores de extrema importância, como a localização, a qualidade e a segurança.

Contudo, também os estrangeiros são uma fonte segura de investimento, nomeadamente franceses e chineses.

Dados estatísticos comprovam evolução

Estes exemplos de desenvolvimento são comprovados com algumas estatísticas divulgadas na semana passada. O Instituto Nacional de Estatística revelou que, no segundo trimestre deste ano, se observou um acréscimo de edifícios licenciados para construções novas, mais 2,3% face ao mesmo período do ano passado e mais 8,6% do que no primeiro trimestre de 2015.

Também o Banco Central Europeu (BCE) anunciou na terça-feira, dia 15, que o mercado imobiliário da zona euro começa a dar sinais de recuperação e Portugal ajuda nesse crescimento. O BCE adianta ainda que essa tendência deverá acentuar-se, referindo que “depois de algum sobe e desce”, há agora “sinais crescentes” de que os preços das casas nos 19 países da moeda única “estão finalmente em alta”. Isto depois de uma queda iniciada em 2008/9, que atingiu o nível mais baixo há dois anos.

Portugal é um dos países – sobretudo entre os mais afetados pela crise -, que estão a ajudar à atual recuperação europeia com uma melhoria registada no mercado imobiliário nacional.

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