Jack Warner banido de toda a atividade ligada ao futebol

O ex-vice-presidente da FIFA Jack Warner, um dos envolvidos no escândalo de corrupção do organismo, foi banido para sempre de toda a atividade relacionada com o futebol, anunciou hoje o Comité de Ética daquela entidade.

Jack Warner banido de toda a atividade ligada ao futebol

"Concluiu-se que Jack Warner cometeu muitos e variados atos de má gestão continuada e repetidamente enquanto ocupou altos e influentes cargos na FIFA e na CONCACAF [Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas]", lê-se no comunicado do Comité de Ética.

Durante a sua atividade como dirigente, Jack Warner "foi uma figura-chave em esquemas de oferta, aceitação e recebimento de pagamentos ilegais e desconhecidos e outros esquemas para fazer dinheiro", violando regras de conduta, lealdade, dever de revelação e cooperação, conflito de interesses, oferta e aceitação de prendas e outros benefícios e a obrigação das partes em colaborar, constantes no Código de Ética da FIFA.

A decisão foi tomada com base na investigação desencadeada em janeiro de 2015 na sequência do relatório resultante do inquérito ao processo de atribuição da organização dos Mundiais de 2018 e 2002, à Rússia e ao Qatar, respetivamente.

O afastamento definitivo do dirigente de Trindade e Tobago abarca a atividade nacional e internacional e produz efeitos desde 25 de setembro, data da notificação.

Warner, de 72 anos, enfrenta ainda um pedido de extradição feito pelas autoridades dos Estados Unidos, onde pendem sobre ele 12 acusações de fraude, crime organizado e branqueamento de capitais relacionadas com o escândalo de corrupção que abala a FIFA. 

A justiça norte-americana acusou 14 pessoas, incluindo dirigentes e ex-dirigentes da FIFA e empresas de marketing desportivo, de receberem mais de 134 milhões de euros em subornos e pagamentos indevidos ao longo de duas décadas. 

Jack Warner é acusado, entre outras coisas, de ter adquirido os direitos televisivos dos Mundiais de 2010 e 2014 ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, por valores extremamente baixos.

Lusa/SOL