Separação de Isabel dos Santos para abrir hipers em Angola ‘sem impacto’, diz Sonae

A Sonae assegura que o fim da parceria com a Condis, de Isabel dos Santos, para abrir hipermercados em Angola não teve “qualquer impacto na situação financeira ou patrimonial da sociedade”.

O esclarecimento do grupo liderado por Paulo Azevedo foi feito “por solicitação da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)”, segundo o comunicado da Sonae enviado ao regulador esta tarde.

“A Sonae confirma, na sequência das informações já oportunamente reveladas ao mercado, que acordou com a Condis pôr termo ao acordo de parceria celebrado em 2011 com vista à exploração da atividade de retalho alimentar em Angola, sem que de tal cessação decorra qualquer impacto na situação financeira ou patrimonial da sociedade”, informa a empresa.

Ontem, em Luanda, foi apresentada a insígnia Candando, que dará nome à rede de hipermercados que a investidora angolana quer abrir em Angola, através da Conditis, que fará a gestão do novo negócio. À frente do projeto de Isabel dos Santos está Miguel Osório, um quadro contratado à Sonae, situação divulgada em fevereiro e que gerou mal-estar entre os dois parceiros.

Também ontem, fonte oficial da Sonae clarificava, sem divulgar os motivos e valores envolvidos, que “a participação da Sonae e as consequentes responsabilidades assumidas por esta no âmbito do projeto de investimento no retalho alimentar em Angola, foram adquiridas pelo grupo da Eng.ª Isabel dos Santos”.

Foi em abril de 2011 que a retalhista portuguesa e a Condis formalizaram uma joint venture, onde a Sonae ficou com uma posição de 49%. O plano passava por ter quatro a cinco pontos de venda, estreando a marca em Luanda e ainda criar uma plataforma logística e um clube de produtores locais.

A primeira inauguração chegou a estar prevista para 2013, mas viria a ser sucessivamente adiada. E o episódio da contratação de quadros da Sonae por parte de Isabel dos Santos esfriou a aliança, levando a companhia da Maia a questionar as intenções da sua parceira angolana.

Em março deste ano, na apresentação de resultados anuais do grupo, o agora co-presidente Paulo Azevedo evitou falar muito do assunto. “Para dar os próximos passos que estavam combinados é preciso uma resposta”, sublinhou. Questionado sobre em que fase estaria a parceria respondeu que “também gostaria de saber”.

Com o passar do tempo, e tal como o SOL noticiou, a possibilidade de avançar com os hipermercados Continente em Angola acabou por ficar “reduzidíssima”, como afirmou uma fonte próxima do processo julho.

Ainda assim, o grupo tem feito questão de deixar claro que as relações com Isabel dos Santos quanto à parceria que têm na NOS vão de boa saúde.

ana.serafim@sol.pt