O que disse o Papa aos bispos

Na visita ad limina, há 15 dias, Francisco falou aos bispos sobre o que deve mudar na Igreja Católica em Portugal.

Paróquias – Estagnação

O Papa Francisco pediu aos bispos portugueses que o foram consultar no início deste mês, a propósito da visita ad limina, para não perderem a coragem “perante situações que suscitam perplexidade e  causam amargura, tais como certas paróquias estagnadas e necessitadas de reavivar a fé batismal”. Francisco falou de comunidades “centradas e fechadas no ‘seu’ pároco” e lembrou que a falta de padres “impõe abertura a uma lógica mais dinâmica e eclesial na comunhão”.

Juventude – Abandono

Neste encontro da Conferência Episcopal no Vaticano – que só acontece de cinco em cinco anos -, Francisco referiu-se ao que diz ser a “debandada da juventude”. O Papa sublinhou concretamente o “número de adolescentes e jovens que abandonam a prática cristã, depois do sacramento do Crisma”. A juventude “decide assim porque não lhe interessa a oferta recebida?” – questiona o líder da Igreja Católica, analisando a realidade portuguesa. Francisco pediu, por isso, aos bispos para colmatarem este “vazio na oferta paroquial de formação cristã juvenil pós-Crisma”. E alertou as comunidades cristãs em Portugal que ainda insistem em “vestir o vestido da primeira comunhão” aos jovens que já cresceram.

Catequese – Modelo a mudar

Francisco criticou a forma de organização da catequese que ainda é seguida em muitas paróquias portuguesas, pedindo às comunidades para passarem do que diz ser um modelo escolar de catequese – baseado em “conhecimentos cerebrais” – para o modelo “de encontro pessoal com Jesus Cristo”.

Famílias – Instabilidade

Para que volte a haver famílias cristãs estáveis em Portugal, padres que se dediquem de corpo e alma à sua missão, e também jovens que optem por seguir a vida religiosa, a Igreja “precisa de jovens capazes de dar resposta a Deus que os chama”, considera o Papa.

Vocação – Visão mais integral

Francisco considera que a catequese proposta aos crentes tem de percorrer “todas as idades do ser humano” e ter uma “dimensão vocacional”, de modo a que todas elas sejam uma “resposta ao bom Deus que chama”.

rita.carvalho@sol.pt