Os 13 partidos de que pouco se fala

Uns tiveram alguma visibilidade – o Livre ou o PDR de Marinho Pinto – e outros mal se viram. O que defendem os pequenos partidos que vão a votos no domingo, incluindo o que já foi extinto?

Se uns tiveram alguma visibilidade – os casos do Livre, do PDR de Marinho Pinto ou do PCTP/ MRPP –, outros mal se viram. O que defendem os pequenos partidos que vão a votos no domingo, incluindo o que já foi extinto?

Partido da Terra – MPT

O partido que se define como o «Novo Centro» traz das últimas eleições, as europeias, um resultado histórico e a eleição de dois eurodeputados. Mas muito mudou desde 2014, nomeadamente a saída de Marinho Pinto, o rosto da campanha para o Parlamento Europeu. Fundado em 1993 por impulso do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, define-se como um partido «ecologista, humanista e liberal», com a tónica na sustentabilidade do país e na necessidade de alcançar consensos. Em Lisboa apresenta como cabeça de lista um invisual. O MPT já tem experiência parlamentar, fruto de um acordo com o PSD para as legislativas de 2009.

mpt.pt

 

Livre/ Tempo  de Avançar – L/TDA

O Livre/ Tempo de Avançar tem a génese em figuras marcantes do BE, que se afastaram, descontentes com o rumo do partido. Ana Drago, Daniel Oliveira, Rui Tavares (cabeça de lista por Lisboa) ou Ricardo Sá Fernandes (n.º 1 pelo Porto) são algumas das figuras conhecidas do partido a quem, ontem, se juntou o apoio de Ricardo Araújo Pereira. A abertura à sociedade (os candidatos a deputados foram escolhidos em eleições primárias diretas) e a disponibilidade para entendimentos pós-eleitorais, nomeadamente com o PS, são duas marcas distintivas. Quer acabar com a austeridade, renegociando a dívida pública, e criar um fundo para
minorar os problemas dos insolventes.

tempodeavancar.net

 

Pessoas-Animais–Natureza – PAN

É a sexta disputa eleitoral que o PAN vai travar, trajeto que começou em 2011. Nas últimas europeias e autárquicas, conseguiu captar cerca de 2% do eleitorado. É, aliás, nas autarquias que tem uma representação mais expressiva – em 2013 elegeu vários deputados municipais, nomeadamente na Maia, Lisboa ou Funchal. O objetivo do partido é a defesa dos animais e da natureza, propondo a criação de um «estatuto jurídico dos animais» (para deixarem de ser ‘coisas’ perante a lei) , «reconhecer direitos à natureza» ou, noutro plano, garantir aos cidadãos um «rendimento básico incondicional».

legislativas2015.pan.com.pt

 

Partido Comunista  dos Trabalhadores Portugueses – PCTP/MRPP

Deste grupo, é o partido mais antigo. Fundado por Arnaldo Matos em 1970, o advogado Garcia Pereira, candidato a incontáveis eleições e agora cabeça de lista por Lisboa, é o seu militante mais conhecido. A perseverança deste partido de extrema-esquerda tem surtido frutos: nas últimas legislativas, regionais e europeias foi sempre melhorando os seus resultados. Nunca elegeu um deputado à Assembleia da República, porém. Marcou a campanha com o seu lema «Morte aos traidores», que, depois de queixas à Comissão Nacional de Eleições, acabou por retirar.
Defende a saída de Portugal do euro, o «repúdio da dívida pública» e a criação de um «Governo de Unidade Democrática e Patriótica».

pctpmrpp.org

 

Agir – PTP-Mas

Inicialmente era uma coligação entre o movimento Agir, de Joana Amaral Dias, e o PTP, liderado pelo madeirense José Manuel Coelho. Mais tarde, juntou-se Gil Garcia – que tal como Amaral Dias pertenceu ao BE – com o MAS, o partido que lidera. A coligação Agir pretende ser um embrião de uma coligação alargada de esquerda «com um programa para derrotar a ditadura da dívida e da austeridade». Esta campanha ficou marcada pela decisão de Joana de aparecer nua na capa de uma revista, o que mereceu reparos de Gil Garcia. Já em termos políticos, o MAS apoia abertamente a saída de Portugal do euro, mas no programa ficou apenas a proposta de um referendo à sua permanência. Os partidos defendem ainda outro referendo, para «demitir políticos corruptos».

agir.org.pt e www.mas.org.pt

 

Partido Popular Monárquico – PPM

O partido que defende a restauração da monarquia não tem  tido expressão eleitoral em Portugal, exceto quando coligado. Desta vez, vai sozinho, a não ser nos Açores, onde concorre com o CDS. Pouca campanha fez. O seu líder, Paulo Estevão, é deputado regional nos Açores (o partido apostou tudo numa ilha, o Corvo, e elegeu um representante no parlamento regional). O cabeça-de-lista por Lisboa fez a pouca campanha do partido. Por exemplo na sua herdade no Alentejo, nas vindimas, onde defendeu os agricultores e a necessidade de «um Rei para ajudar os pequeninos».

www.ppm.com.pt

 

Partido Nacional Renovador – PNR

Nas últimas eleições com expressão nacional, as europeias, o PNR conseguiu apenas 15 mil votos, tendo sido menos votado deste grupo de partidos que concorre às legislativas. Na senda da sua orientação política nacionalista, apostou na luta contra a entrada de refugiados em Portugal. Com uma manifestação, com um cartaz no centro de Lisboa e, na quarta-feira, com uma ‘arruada’ em que alguns militantes apareceram vestido de burcas. Apoiar os refugiados é «uma afronta, uma ofensa» para muitos portugueses, consideram.

www.pnr.pt

 

Partido Democrático Republicano – PDR

É o mais ambicioso dos partidos que se estreiam nas legislativas de domingo. Dominado pela figura do antigo bastonário dos advogados Marinho e Pinto – atual cabeça de lista por Coimbra e que pelo MTP conseguiu eleger dois eurodeputados em 2014. Tem feito ações de campanha diariamente, sem os sobressaltos que marcaram o período pré-eleitoral, em que o partido se envolveu em tumultos internos. Defende o «voto útil» no PDR, para afastar «PS e PSD que governam o país há 40 anos». Na reta final da campanha, porém, Marinho e Pinto admitiu a possibilidade de entendimentos pós-eleitorais. Outro ponto essencial da sua campanha tem sido a velha ‘bandeira’ do líder: o combate à corrupção e as críticas aos tribunais. Pelo meio, entrou em polémica com o programa dos Gato Fedorento, que brincou com uma frase sua e mostrou imagens de uma pessoa a urinar na fotografia do antigo bastonário.

pdr-partidodemocraticorepublicano.simply-webspace.com.pt

 

Nós, Cidadãos! – NC

Esta nova formação afirma-se como «um partido da cidadania» que quer «dar voz a quem não se revê em partidos e governos que acumulam défices». Defende uma solução para o sobreendividamento das famílias ou, por outro lado, uma reforma do sistema político e eleitoral. Nesta campanha, denunciou ilegalidades nas votações dos emigrantes e admitiu impugnar
a eleição pelo círculo Fora da
Europa.

noscidadaos.pt

 

Partido Unido dos Reformados e Pensionistas – PURP

É outra estreia, mas não tem investido na campanha. O seu cabeça de lista por Lisboa pediu aos reformados para «abrirem os olhos» e não caírem nas «promessas falsas» dos grandes partidos. Defende o aumento da reforma para o valor do salário mínimo nacional, um banco de medicamentos ou o corte de 30% do orçamento do Parlamento e do Presidente da República.

www.purp.pt

 

Juntos pelo Povo

Nasceu na Madeira, onde nas últimas regionais elegeu cinco deputados. Mas concorre em 16 círculos eleitorais. Um partido para os eleitores que «secundarizam a velha dicotomia ‘esquerda/direita’». É contra maiorias absolutas e o seu líder já reconheceu que não coloca «grandes expectativas nestas eleições”». Mas desvaloriza, porque o partido está «no terreno todo o ano».

juntospelopovo.pt

 

Partido da Democracia e Cidadania Cristã

O Partido Democracia e Cidadana Cristã luta contra a «crise de valores» e defende a família e a natalidade. Concorre em apenas quatro círculos.

portugalprovida.blogspot.pt

 

Partido Democrático do Atlântico

Consta dos boletins de voto nos Açores, mas entretanto foi extinto pelo Tribunal Constitucional por «violação reiterada do dever de prestação de contas». Os votos que receber serão considerados nulos.