Marcelo avança, Bloco de Esquerda não

Marcelo Rebelo de Sousa anunciou oficialmente a sua candidatura à presidência da República. Fê-lo num discurso por vezes emotivo (“pagar a Portugal o que Portugal me deu”), mas não deixou de recordar o seu longo percurso político, para demonstrar que tem condições para o cargo.

O seu espaço político natural é o do centro e da direita, embora, com as suas análises televisivas de domingo à noite, por vezes pontuadas por algum humor, seja conhecido de todos os portugueses, e por isso possa ir buscar votos à esquerda. A sua candidatura retira espaço político ao outro candidato da sua área política, Rui Rio, que assim se vê enfraquecido, e que pode nem se apresentar como candidato (embora ele seja um homem muito tenaz).

Conhecido, inteligente, com sentido de humor: Marcelo aparece neste momento como o candidato mais forte, embora não tenha apoio partidário (mas só Edgar Silva conte com o apoio de um partido, o PCP).

Se for eleito, Marcelo será um presidente muito mais interventivo do que foi Cavaco: está-lhe nos genes. E, se não houver maioria parlamentar de esquerda, vamos ver Marcelo muitas vezes na televisão, com as suas propostas, mais ou menos inesperadas.

Bloco de Esquerda

Estou a ouvir Luís Fazenda na RTP 3, onde falou de “um governo minoritário do PS com o apoio parlamentar dos partidos de esquerda”. Então, está esclarecido: não querem ir para o governo. E se o PCP quiser, mudarão de opinião?