Ação de Granadeiro pode anular processo da Pharol

A ação que a Pharol, antiga Portugal Telecom SGPS, moveu contra os ex-administradores Henrique Granadeiro, Amílcar Morais Pires e Luís Pacheco de Melo pode ficar sem efeito caso o Tribunal do Comércio aceite um pedido de impugnação apresentado por Granadeiro.

Ação de Granadeiro pode anular processo da Pharol

A Pharol responsabilizou os gestores pelo investimento de cerca de 900 milhões de euros na Rio Forte, do Grupo Espírito Santo. Mas os advogados de Granadeiro decidiram impugnar, há cerca de um mês, a assembleia-geral de 31 de julho onde foi decido avançar com processos contra os três ex-administradores, que estavam em funções à data do investimento ruinoso.

O SOL sabe que a defesa do gestor considera que os atos entretanto ocorridos – como a ação interposta pela Pharol – deixam de produzir efeitos caso o juiz aceite a impugnação.

Acusações de má gestão

Esta semana foi tornado público que na ação de responsabilidade civil da Pharol é arrasada a atuação dos três ex-administradores.

Segundo o Observador, os acionistas da Pharol consideram ter existido uma “violação grosseira de um conjunto de regras legais, contratuais e de atuação conforme aos bons costumes de um normal e diligente Bom Chefe de Família”.

Ainda de acordo com o jornal online, o documento refere ter havido “uma total e incompreensível falta de profissionalismo” e que o investimento de 897 milhões na Rioforte só poderá ser explicado por “outras razões”.

Por todos estes motivos, reclamam uma indemnização que, com juros, pode ser superior a mil milhões de euros.

O SOL contactou esta semana Nuno Líbano Monteiro, advogado de Henrique Granadeiro, que invocou “os deveres éticos para não fazer qualquer comentário” sobre este caso ou a estratégia da defesa.

Primeiro investimento

Grande parte das informações que constam na ação da Pharol terão na base a auditoria da PricewaterhouseCoopers realizada no ano passado. Em janeiro, o jornal i divulgou que o relatório desta auditoria dava como certo que o investimento na Rio Forte tinha sido um risco não calculado.

O documento explicava ainda que havia investimentos da PT na Espírito Santo International e na Rio Forte com contornos “curiosos”. Numa das situações referidas, o Banco Espírito Santo terá concedido um empréstimo à Portugal Telecom já sob a forma de investimento.

O reinvestimento de Abril do ano passado na Rioforte – numa altura em que já eram conhecidos os problemas que assolavam o GES – terá sido acordado, acusam agora os advogados da Pharol, “entre Ricardo Salgado e os réus Henrique Granadeiro, Amílcar Pires e Luís Pacheco de Melo”.

carlos.santos@sol.pt