Festival literário Folio aposta forte na lusofonia

Autores lusófonos vão participar em força no Fólio — Festival Literário Internacional, que se realiza na vila de Óbidos, distrito de Leiria, de 15 a 25 de outubro.

"Houve a ideia de fazer deste projeto uma proposta lusófona forte e uma inclinação para o Brasil", disse à Lusa um dos curadores da iniciativa, José Eduardo Agualusa.

O escritor angolano referia-se ao forte contingente que representa no evento a literatura lusófona, sobretudo de autores brasileiros, mas também de países africanos de expressão portuguesa, como Angola, Moçambique e Cabo Verde, além dos escritores de Portugal.

O destaque para os escritores brasileiros resulta, disse Agualusa, das características da vila fortificada do século XII, nomeadamente a atração que exerce naquele país da América do Sul.

"Óbidos tem muitos turistas brasileiros, que são quem compra livros nas livrarias locais", disse Agualusa.

Do Brasil participam autores consagrados, como Luís Fernando Veríssimo e Nelson Motta, e outros menos conhecidos, casos de Vladimir Queiroz e Sidarta Ribeiro.

"Pretendemos misturar nomes que são muito conhecidos com outros que são menos conhecidos", disse José Eduardo Agualusa, que vai orientar uma aula sobre literatura africana, com o moçambicano Mia Couto.

Moçambique está igualmente representado através do escritor Ungulani Ba Ka Khosa, enquanto Rafael Marques é outro dos escritores angolanos presentes.

O poeta Luiz Tavares representa Cabo Verde, enquanto Francisco José Viegas, Patrícia Reis, José Riço Direitinho e Joel Neto são alguns dos autores portugueses presentes neste festival literário internacional.

Nas duas semanas de atividades, o triângulo Portugal-África-Brasil complementa-se com outras iniciativas, de exposições a maratonas de leitura, passando por sessões de música, de cinema e, até, de conversa fiada.

O evento será aproveitado para o lançamento e apresentação de livros, como "Estrada de Beirute", de Gabriel Mitha Ribeiro (Brasil), "Lisbon Blues", de Luiz Tavares (Cabo Verde), "Orfeu de Bicicleta", de Francisco Bosco (Brasil), e "Arquipélago, de Joel Neto (Portugal), entre outros.

Para o futuro, os organizadores, nas palavras de José Eduardo Agualusa, acreditam que Óbidos se torne num local de encontro, "não apenas em outubro, mas durante todo o ano, de escritores, de alunos, de professores, de editores, de estudiosos, de livreiros, de todos aqueles para quem a palavra e a literatura são a sua profissão, a sua inspiração, a sua vida".

Lusa/SOL