Dois raptos em duas semanas em Maputo

Um homem de 27 anos foi raptado na manhã de terça-feira em Maputo, o segundo caso em duas semanas na capital moçambicana, avança hoje o diário Notícias.

Citando testemunhas, o jornal descreve que às 07h50 locais (06h50 em Lisboa), o carro da vítima foi perseguido e intercetado junto da fábrica de colchões e plásticos do pai.

As mesmas testemunhas referem que o homem foi levado por quatro homens munidos com três armas AKM e que se faziam transportar num todo-o-terreno com matrícula sul-africana.

Contactada pela Lusa, a Polícia da República de Moçambique confirmou este rapto e que a vítima tem origem asiática e nacionalidade moçambicana.

Segundo o Notícias, este foi o segundo rapto em duas semanas na capital moçambicana, depois de há duas semanas um empresário do setor têxtil, e também de origem asiática, ter sido levado por desconhecidos, permanecendo ainda em cativeiro.

É ainda incerto se alguma destas vítimas tem também nacionalidade portuguesa.

A justiça moçambicana registou 42 processos-crime relativos a raptos em 2014, menos dois do que no ano anterior, segundo a Procuradoria-Geral da República.

A cidade de Maputo tem sido assolada por raptos desde 2012, atingindo dezenas de pessoas, incluindo cidadãos portugueses.

Apesar de várias pessoas terem sido condenadas a pesadas penas, este tipo de crime, que também afeta outras cidades moçambicanas, continua e as vítimas têm sido libertadas em circunstâncias que a polícia normalmente não explica, o que sugere o pagamento de elevadas somas de resgate.

Antes dos últimos casos, Maputo vinha registando um período de alguma tranquilidade em relação a este tipo de crime, depois de, no primeiro trimestre, quatro pessoas, incluindo três de nacionalidade portuguesa, terem sido raptadas no coração da capital.

Um dos raptos ocorreu na mesma manhã em que o Presidente da República, Filipe Nyusi, discursava durante uma cerimónia de graduação de oficiais da polícia, exigindo uma resposta adequada e oportuna ao crime organizado.

As vítimas acabaram por ser todas libertadas e bem de saúde, sem detalhes fornecidos pelas famílias ou pelas autoridades.

Lusa/SOL