Os livros saltam para as ruas

Foi em 2012 que, pela mão da Ler Devagar, Óbidos se propôs transformar numa vila literária. Pelas suas ruas foram nascendo várias livrarias, sendo as mais emblemática a Livraria de Santiago, dentro da Igreja de São Tiago, e o Mercado Biológico, onde livros sobre viagens e gastronomia se misturam com curgetes acabadas de colher. Desde…

As livrarias estão abertas e é já hoje, que arranca a primeira edição do Folio, o Festival Literário Internacional de Óbidos, que, até 25 de outubro receberá cerca de 450 convidados, entre escritores, músicos, atores e artistas plásticos. São 11 dias com centenas de ações, num plano ambicioso, que se divide em cinco eixos: Folio Autores, Folio Educa, Folio Ilustra, Folio Paralelo e Folia.

Com curadoria de José Eduardo Agualusa, o Folio Autores junta dezenas de escritores, portugueses e estrangeiros, que participam em mesas-redondas (Mia Couto, Karla Suarez, Rachel Kushner, Reinaldo Moraes, Hélia Correia, Eduardo Lourenço, Javier Cercas, Luís Fernando Veríssimo, Ricardo Araújo Pereira, Nelson Motta entre muitos outros). A Folia, com curadoria de Anabela Mota Ribeiro, tem um programa feito de música, teatro, cinema, exposições, maratonas de leitura (vais ser possível ouvir, entre outros, António Zambujo e Gisela João e ver, por exemplo, Ode Marítima, com Diogo Infante, ou Yerma, pela Companhia João Garcia Miguel).

Plim é a mostra de ilustração exposta no âmbito do Folio Ilustra e, dentro do Folio Paralelo, há um sem fim de conversas e apresentações de livros (Afonso Cruz, Mia Couto, Gonçalo M. Tavares, Ferreira Fernandes, Tiago Patrício, Gregório Duvivier, Sérgio Rodrigues são alguns dos que aqui lançam livros). Destaque ainda para aulas em que vai ser possível assistir António Mega Ferreira (Livro do Desassossego), José Eduardo Agualusa e Mia Couto (Literatura Africana), Clara Ferreira Alves (Eça de Queirós), Gonçalo M. Tavares (sobre a cegueira), entre outros.

Em Penafiel, Mário Cláudio é o homenageado da 8.ª edição do Escritaria que, dos dias 15 a 18, irá contaminar as ruas da cidade com a obra do autor. Como é habitual haverá várias mesas com outros escritores a pensar a obra do autor de Tocata para Dois Clarins. E, além do teatro de rua, das frases espalhadas pela cidade, dos livros nas montras das lojas mais insuspeitas, estará patente uma exposição antológica sobre a vida e obra de Mário Cláudio, que aproveita o festival para lançar Astronomia, o seu último romance.

rita.s.freire@sol.pt