EURO-2016. A minha primeira vez

O regresso dos trintões Ricardo Carvalho e Tiago à condição de indiscutíveis poderia dar a entender o contrário, mas a tão ansiada renovação da Seleção nacional de futebol está em marcha. 

EURO-2016. A minha primeira vez

Para o Euro-2016, a nona presença consecutiva de Portugal em fases finais – Mundiais incluídos –, Fernando Santos tem sete ou oito vagas destinadas a estreantes nestas andanças. Cerca de um terço dos 23 convocados terá em França a sua primeira vez.

Nem todos são jovens acabados de despontar. Eliseu, titular no Benfica, chegou aos 32 anos no primeiro dia deste mês e é uma das estreias esperadas no Europeu do próximo ano, como alternativa a Fábio Coentrão no lado esquerdo da defesa. Outra é de José Fonte, pilar do último reduto do Southampton que faz 32 anos em dezembro e parece ter lugar garantido como quarto central, a par dos experientes Pepe, Carvalho e Bruno Alves.

São as duas exceções entre um vasto leque de jovens já lançados por Fernando Santos. Oguarda-redes luso-francês Anthony Lopes (25 anos), o lateral direito Cédric Soares (24), os médios Danilo Pereira (24) e João Mário (22) e o criativo Bernardo Silva (21) surgem desde já com via aberta para o Euro-2016. E as novidades em França podem estender-se a outros nomes em fase de afirmação, uns mais recentes – como André André, Rubén Neves, Raphael Guerreiro e Nélson Semedo –, outros já mais rodados – casos de Paulo Oliveira, Adrien Silva ou André Gomes.

É certo que não haverá lugar para todos, mas a quota dos novatos em fases finais será a maior dos últimos tempos.

Além dos habituais Rui Patrício e Beto, não sobram muitas dúvidas de que o trio de guarda-redes ficará fechado com Anthony Lopes, titular na baliza do Lyon.

No lado direito da defesa, Cédric aproveitou as lesões de Bosingwa e Vieirinha para agarrar o posto e deverá ter a concorrência de um deles em França – a menos que não recuperem a forma e a vaga fique livre para Nélson Semedo, que esta semama viveu o lado bom e mau do futebol: somou a sua primeira internacionalização, após escassos nove jogos como titular do Benfica, e sofreu uma lesão que o poderá afastar dos relvados até ao final do ano.

À esquerda, o sub-21 Raphael Guerreiro, luso-francês a atuar no Lorient, parte atrás de Eliseu para ser suplente de Coentrão, tal como acontece no eixo defensivo com o seu ex-companheiro de escalão Paulo Oliveira, do Sporting, na sombra do quarteto de centrais já referido.

No meio campo, William Carvalho, João Moutinho e Tiago são nomes óbvios para Fernando Santos e os jovens Danilo Pereira, do FC Porto, e João Mário, do Sporting, estão bem posicionados para entrarem no grupo dos 23, a julgar pelas opções mais recentes do selecionador.

Em teoria, ficaria apenas uma vaga em aberto para o setor intermediário, com muitos candidatos a perfilarem-se: desde o ‘veterano’ Miguel Veloso ao benjamim Rubén Neves, passando por Adrien, André André e André Gomes.

Em contraste, no ataque parece tudo definido: Bernardo Silva, do Mónaco, junta-se aos consagrados Nani, Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma para o apoio a Danny e Eder, os homens mais adiantados.   

Ao longo da campanha para o Euro-2016, Portugal contou com 53 convocados, dos quais 33 jogaram pelo menos um minuto em jogos oficiais. Fernando Santos estrou 15 caras novas e tem já alinhavada a lista de 23 que vai levar a França.

rui.antunes@sol.pt