Triplo homicida morreu com investigação quase concluída

O triplo homicida da Quinta do Conde, que morreu na sexta-feira na sequência de uma queda acidental na prisão, tinha sido transferido para Caxias para reduzir o risco de suicídio.

Ao que o SOL apurou, Rogério Coelho de 77 anos, estava a ser acompanhado na clínica psiquiátrica daquele hospital-prisão e foi aí que caiu e bateu com a cabeça. O acidente provocou-lhe uma hemorragia e levou ao seu internamento no Hospital de S. Francisco Xavier, em Lisboa. Foi operado, entrou em coma e na sexta-feira acabou por não resistir às sequelas provocadas pelo acidente.

A sua morte apanhou a investigação da Polícia Judiciária de Setúbal praticamente concluída. «Esperamos apenas os resultados dos últimos exames para fechar a investigação», confirmou ao SOL fonte daquela unidade, acrescentando que a morte do único suspeito extingue outros procedimentos.

Rogério Coelho estava detido preventivamente desde 29 de Agosto quando atingiu mortalmente o vizinho e agente da PSP, António José Pereira, o filho deste, António, e o GNR Nuno Anes, que veio prestar socorro às vítimas. 

Ao juiz de instrução do Tribunal de Setúbal o construtor civil confirmou a autoria das mortes e deu a sua versão dos factos. Disse que na tarde dos crimes tinha trocado insultos com o vizinho António José Pereira, de 52 anos, e que transtornado decidiu vingar-se. As desavenças entre os dois tinham mais de uma década começaram devido ao barulho feito pelo antigo cão do agente da PSP. Houve várias agressões, que chegaram a motivar queixas e acusações a ambas as partes.

O homicida foi condenado em tribunal em 2007 a pagar ao agente da PSP uma indemnização de 2.566,85 euros. Mas em 2011 António José Pereira também foi acusado pelo Ministério Público de agredir Rogério Coelho. O homicida acabaria por desistir do processo contra os vizinhos na primeira sessão do julgamento, em janeiro de 2013.

joana.f.costa@sol.pt