Sócrates: “Não aceito o banimento que quiseram fazer-me”

O antigo primeiro-ministro José Sócrates disse hoje que todos os seus direitos políticos “estão intactos”, salientando que não aceita o “banimento” que lhe quiseram fazer da vida pública e política do país.

Sócrates: “Não aceito o banimento que quiseram fazer-me”

"Aceitei este convite com um outro objetivo que quero deixar claro logo desde início, é que eu não aceito o banimento que quiseram fazer-me da vida pública e da vida política no nosso país", afirmou José Sócrates, na conferência "Justiça e Política", que se realiza em Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco.

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Na primeira iniciativa pública em que participa após ter estado preso, a convite da Comissão Política Concelhia do PS, onde, à chegada, foi aplaudido de pé por centenas de pessoas, o antigo governante socialista deixou claro que todos os seus "direitos políticos estão intactos" e tenciona exercê-los.

"E, portanto, se alguém lhe passou pela cabeça que eu iria prescindir dos meus direitos políticos e dos direitos de intervenção na política civicamente estão equivocados", acrescentou.

Antes, José Sócrates esclareceu que aceitou o convite, também "para agradecer publicamente a todos aqui no distrito", onde sempre fez a sua vida política, mas também a todos "aqueles um pouco por todo o país" lhe manifestaram "simpatia, amizade, apoio e confiança".

"Quero que todos saibam neste momento o quão importante foram para mim essas manifestações de apoio, de solidariedade, de companheirismo e de confiança", adiantou, assinalando que os últimos meses "foram muito difíceis".

O ex-primeiro-ministro foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.

Sócrates esteve preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora mais de nove meses, tendo esta medida de coação sido alterada para prisão domiciliária, com vigilância policial, a 04 de setembro passado.

O antigo governante foi libertado no passado dia 16 da medida de coação de prisão domiciliária, embora fique proibido de se ausentar de Portugal e de contactar com outros arguidos do processo denominado "Operação Marquês".

 

Lusa/SOL