Uma lição de futebol

O Benfica-Sporting era aguardado por muitos como uma espécie de exame à real valia das duas equipas e ao peso do factor Jorge Jesus no ‘antes e depois’ em cada uma delas.

Principalmente na Luz, as expectativas eram grandes e bem positivas. O brilharete de Madrid, ainda que mitigado pelo falhanço na Turquia, pintava um cenário de cores bem alegres.

Mas a realidade, afinal, é bem diferente. O Sporting foi à Luz fazer história, dar um banho de bola, ao mesmo tempo que Jesus dava uma lição de táctica a Rui Vitória. Não se pode falar numa noite má para as hostes benfiquistas, antes deve-se colocar os pés bem assentes no chão e admitir aquilo que é bem real: o Benfica não tem equipa para discutir de igual para igual a vitória no campeonato, nem o benfiquismo do seu actual treinador deve esconder o seu desajustamento para o cargo que foi escolhido.

Da defesa ao ataque, a equipa da águia é um amontoar de equívocos, para não usarmos palavra bem mais dura. Pegando no exemplo da formação que actuou frente ao Sporting, os furos são muitos. Começando pela defesa, os laterais (Eliseu e Sílvio) não existem e o central Luisão já está a dar mostras de que a idade faz mossa. No meio campo, André Almeida vem, de erro em erro, enterrando o onze e no ataque Raúl Jiménez não parece ser um candidato a goleador.

Se não há dinheiro para mais, então aconselha-se Luís Filipe Vieira a não vir a público apregoar a candidatura a campeão, um sonho que vai ficando bem longe, com 8 pontos a menos do que os leões e 5 abaixo dos dragões, já para não falar das outras equipas que antecedem os da Luz na classificação. E nem se fale que o Benfica tem menos um jogo. Basta recordar que ainda não ganhou fora…