ANA quer hotéis de Lisboa a cobrar taxa aérea aos turistas em 2016, hoteleiros recusam

O presidente da ANA, Jorge Ponce de Leão, sugeriu hoje que cobrança da taxa a aplicar a partir de 2016 aos turistas que cheguem a Lisboa fosse feita pela hotelaria da capital. 

Em 2015, a gestora aeroportuária optou por assumir esse custo uma vez que as companhias aéreas recusaram somar o valor da taxa (um euro) ao preço do bilhete. Por outro lado, a ANA também não quis acrescentá-lo às taxas aeroportuárias já cobradas às transportadoras. Mas, em 2016, a empresa detida pelos franceses da Vinci já indicou não estar disponível para manter esta metodologia. 

“A solução mais normal é através de um adicional à taxa de dormida”, apontou Jorge Ponce de Leão, detalhando que poderia dividir-se o valor da taxa pelo número de noites que o hóspede permanecer no hotel e adicionar mais essa verba à taxa da dormida que também começará a ser cobrada em 2016. 

“Não tem problema das isenções porque que chega a Lisboa e reside na cidade, vai para casa e não para hotel. Era uma forma simples de o fazer”, defendeu o responsável, que falava aos jornalistas durante o congresso nacional da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que decorre em Évora até amanhã.

Questionado, o presidente da AHP, Luís Veiga, rejeita esta solução. “É uma situação que a autarquia de Lisboa e a ANA, como entidade aeroportuária, vão ter de resolver”, afirmou.

Reforçando que os hoteleiros concordaram em cobrar a taxa aplicada às dormidas, que financiará um fundo para o desenvolvimento do turismo na capital, Luís Veiga contrapõe que até do ponto de vista legal essa hipótese não seria viável porque não está prevista no regulamento camarário.

Este ano, “a ANA retirou quatros milhões de euros de incentivos às companhias aéreas para pagar à câmara e  daí ter havido alguma critica sobre quem é que ficou a perder neste negócio”, lembrou o presidente da AHP. E, continuou “perante a rejeição das companhias em cobrar a taxa e a inoperacionalidade da cobrança no aeroporto, a ANA só teve essa saída. E agora não sabe como vai fazer a partir de 2016”. Porém, concluiu, “compete à autarquia e à entidade aeroportuária decidir”.

ana.serafim@sol.pt