Calvão da Silva vai liderar a Administração Interna

O professor catedrático de Direito da Universidade de Coimbra João Calvão da Silva, de 63 anos, um dos homens que Cavaco Silva escuta em matéria de Justiça, vai substituir Anabela Rodrigues à frente do Ministério da Administração Interna.

Calvão da Silva vai liderar a Administração Interna

Para o professor de Direito esta não é uma estreia em funções governativas. Calvão da Silva foi, em meados de 1980, nomeado secretário de Estado adjunto do então vice-primeiro-ministro Mota Pinto, de quem era o braço direito. E até ao final de 1999 esteve como deputado na bancada parlamentar laranja na Assembleia da República.

Antigo membro do Conselho Superior do Ministério Público e do Conselho Superior da Magistratura, é considerado um homem próximo de Cavaco Silva, tendo integrado a comissão política da sua candidatura à Presidência da República. E, sabe o SOL, é uma das opiniões consideradas pelo Chefe do Estado para assuntos na área da Justiça.

No PSD, desempenhou diversos cargos, presidindo atualmente ao Conselho de Jurisdição Nacional. Apoiante de Passos Coelho, vê o primeiro-ministro apontá-lo agora para gerir as polícias, substituindo a também colega da Faculdade de Direito de Coimbra Anabela Rodrigues, que há 11 meses se tornou a primeira mulher com a pasta da Administração Interna no país.

Especialista em Direito Civil e Comercial, sobretudo nas áreas da banca e dos seguros, Calvão da Silva é sobretudo requisitado para a elaboração de pareceres. Entre eles esteve, recentemente, um parecer polémico que realizou a pedido de Ricardo Salgado e que foi entregue ao Banco de Portugal, onde justificava a manutenção da idoneidade do líder do BES no setor bancário após ter recebido 14 milhões de euros do construtor José Guilherme, cliente do banco.

O antigo vice-presidente do Centro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria tem nos últimos anos exercido como juiz em processos de arbitragem. Presidiu, por exemplo, ao Tribunal Arbitral que dirimiu o conflito entre o Estado e o Grupo Mello por causa da gestão do Hospital Amadora-Sintra.

Segundo o advogado José Miguel Júdice, que com ele trabalhou e de quem é amigo, "é um homem muito inteligente, de diálogo e com experiência política".

É especialista em Direito Civil e Comercial, sobretudo nas áreas da banca e dos seguros. Foi administrador não executivo do Banco Totta & Açores e do Banco Crédito Predial Português e administrador da estação de televisão SIC durante quatro anos.

joana.f.costa@sol.pt