Atividade no estrangeiro representa 75% do lucro do BPI

O BPI lucrou 151 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Este montante compara com o prejuízo de 114 milhões registado no mesmo período de 2014. 

De acordo com o comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o “lucro consolidado do BPI no período de janeiro a setembro de 2015 decorre de um contributo da atividade doméstica de 38,9 milhões de euros e de um contributo da atividade internacional de 112 milhões de euros”.

Feitas as contas, a atividade no estrangeiro representa quase 75% do lucro do BPI. Ou seja, três em cada quatro euros de lucro chega dos mercados africanos.Fora de portas, destaca-se sobretudo o contributo do Banco Fomento de Angola. O Banco Comercial de Investimentos em Moçambique tem um peso mais residual.

No final de setembro, o BPI anunciou a intenção de criar uma holding para agregar as participações sociais em instituições africanas, uma solução para diminuir a exposição ao mercado angolano e assim responder às exigências do Banco Central Europeu.

A nova sociedade, a cotar em bolsa, teria 50,1% do capital social no Banco de Fomento Angola (BFA), 30% do capital social no Banco Comercial e de Investimentos e 100% do capital social no BPI Moçambique. A cisão está ainda dependente da aprovação dos acionistas em assembleia-geral.

Travão na concessão de crédito

No final de setembro, a carteira de crédito consolidada do BPI atingiu 24,2 mil milhões de euros, uma redução de 6% face ao período homólogo. Já os recursos totais de clientes cresceram 2,4% para 34,9 mil milhões de euros.

No que se refere à qualidade da carteira de crédito, o destque recai na diminuição das imparidades, que representam 0,61% da carteira de empréstimos do banco liderado por Fernando Ulrich.

Segundo a apresentação de resultados, o BPI tem 3,7% do crédito vencido a 90 dias, enquanto 5,1% da carteira de empréstimos está em risco de incumprimento.

No mesmo período, o produto bancário aumentou, graças à melhoria da margem financeira e à recuperação de lucros em operações financeiras, como a venda da dívida pública portuguesa e italiana de médio e longo prazo.

Em termos consolidados, os custos de estrutura subiram, enquanto na atividade em Portugal diminuíram.

No final do terceiro trimestre, o rácio de capital – ‘common equity tier one’ – fixava-se em 10,6%.

sandra.a.simoes@sol.pt