Testes definitivos: Guineense não tinha ébola

A segunda análise para o vírus do Ébola recolhida a um guineense internado num hospital de Vigo (Galiza) deu outra vez negativo, pelo que as autoridades locais desativaram o protocolo para esta doença infecciosa, informaram fontes sanitárias galegas.

O jovem de 24 anos, que desde quarta-feira está a receber tratamento para malária, tinha aterrado no domingo no aeroporto da Portela (Lisboa) após um voo procedente da Guiné-Conacri, onde tinha estado durante cinco meses a visitar a família.

O jovem deslocou-se depois de autocarro para a Corunha (com passagem pelo Porto e por Vigo), onde foi internado na terça-feira com febre, vómitos e diarreia. Esta sintomatologia, combinada com o facto de o homem ter vindo da Guiné-Conacri, levaram as autoridades a acionar o protocolo para ébola.

De acordo com o Serviço de Saúde da Galiza, a segunda análise ao doente (a primeira já tinha dado negativo) também descartou a possibilidade de Ébola. Assim, o doente vai sair dos cuidados intensivos e do isolamento do Hospital Meixieiro (em Vigo), onde se encontrava desde quarta-feira.

As autoridades também levantaram as medidas de precaução aplicadas à sua família e a outras pessoas com quem este pudesse ter tido contacto direto.

O guineense tinha sido atendido terça-feira nas Urgências do Complexo Hospitalar Universitário da Corunha (CHUAC) e depois transferido para o Hospital Meixoeiro.

A notícia de que o jovem de 24 anos tinha malária e não Ébola acabou por ser avançada à agência Lusa pela Direção Geral da Saúde (DGS) portuguesa, que tinha entrado em contacto com a homóloga espanhola para saber mais pormenores.

As autoridades espanholas não contataram inicialmente os passageiros do autocarro em que o guineense se deslocou de Lisboa para a Galiza, porque consideraram "mínimo o risco de contágio" – naquela suposta fase de incubação da doença – e porque os bilhetes vendidos não têm os nomes de quem está a bordo.

O Ébola é um vírus que altera as células, danificando os vasos sanguíneos e as plaquetas. Os doentes ficam incapazes de coagular, o que provoca hemorragias internas e externas até lhes causar a morte. Trata-se de uma doença muito grave, infecciosa até um metro de distância (em algumas fases da incubação) e com uma taxa de mortalidade que chega aos 90%.

Desconhece-se a sua origem, mas foi detetado pela primeira vez em 1976 no Sudão e na República Democrática do Congo, numa aldeia perto do rio Ébola, que assim deu o nome à doença.

Lusa/SOL