Polanski ‘muito feliz’ após tribunal polaco recusar a sua extradição para os EUA

   

O cineasta Roman Polanski disse hoje sentir-se "muito feliz" após ter conhecimento que não será extraditado para os Estados Unidos e recordou que há quatro décadas se declarou culpado e cumpriu pena por abuso sexual de uma menor.

"Estou satisfeito de que o caso tenha chegado ao fim, finalmente posso respirar tranquilamente", assinalou em Cracóvia, sul da Polónia, onde um tribunal local recusou hoje o pedido de extradição apresentado pelas autoridades norte-americanas. 

O realizador de cinema revelou ainda que os seus problemas com a justiça lhe custaram e à família "muitos esforços, muito trabalho e muita saúde".

Antes, Dariusz Mazur, juiz-presidente do tribunal de Cracóvia que deliberou sobre este processo, tinha referido que segundo a legislação polaca a extradição do realizador é definitiva, apesar de a decisão ainda poder ser contestada nos próximos sete dias num tribunal superior.

As autoridades norte-americanas exigiram a extradição de Polanski em janeiro, após terem conhecimento que o cineasta tinha viajado de Paris, onde habitualmente reside, em direção à sua cidade natal de Cracóvia para preparar a rodagem de um filme sobre o caso Dreyfus.

Polanski, 83 anos, não esteve presente durante o julgamento por "motivos emocionais", explicou o seu advogado, Jan Olszewski.

De acordo com a imprensa polaca, o realizador, presente em Cracóvia, aguardava o veredito a bordo de um avião fretado no aeroporto da cidade, e preparado para deixar a Polónia em caso de decisão desfavorável.

A lei polaca estipula que um tribunal tem poderes para deliberar sobre um pedido de extradição. Uma recusa, confirmada após um eventual apelo de uma das partes perante uma instância superior, encerra o caso em definitivo. E caso de aprovação, a decisão final pertence ao Ministério da Justiça.

Lusa/SOL