Grupo de cidadãos quer que PSD, CDS e PS se entendam

Começaram por ser onze subscritores, já são dois mil. Auto-intitulam-se Movimento Compromisso Democrático e estão a pedir para serem recebidos esta semana no Parlamento. Têm um pedido: querem “uma cultura de diálogo”, mas ao centro.

“É fundamental haver um diálogo responsável”, defende Tomás Almeida, porta-voz de um movimento que, explica, nasceu de uma ideia de “cidadãos comuns, na sua esmagadora maioria sem filiação partidária”.

Dos onze subscritores iniciais apenas dois têm ligação partidária. “Um esteve ligado a um partido que entretanto já se dissolveu, o MEP, e outro é militante do CDS”, explica Tomás Almeida, que sublinha a independência político-partidária do Movimento Compromisso Democrático.

“Queremos passar uma mensagem de moderação”, justifica o porta-voz deste grupo de cidadãos, que dizem estar interessados em “remover a ideia de um país dividido entre esquerda e direita” e apostar numa “cultura de diálogo”.

Apesar de achar “salutar que haja conversações entre os vários partidos”, o movimento não está, porém, entre os que defendem uma convergência à esquerda. E é esse o seu principal objetivo: que PSD, CDS e PS se voltem a sentar à mesa para procurar entendimentos ao centro.

“Achamos que, na esmagadora maioria do eleitorado português, há uma posição de moderação”, diz Tomás Almeida, explicando que o movimento defende que “há muito mais em comum entre o programa do PS com o do PSD/CDS do que entre o programa do PS e programas do BE e do PCP”.

Cordão humano na quarta-feira

É isso mesmo que estes cidadãos querem ir dizer esta semana aos vários grupos parlamentares na Assembleia da República. Mas, como escolheram tentar fazer estes encontros na segunda-feira – o dia em que os deputados estão em contacto com os eleitores nos seus círculos eleitorais – as respostas foram ainda escassas. Só o CDS se disponibilizou a ter um representante a recebê-los e apenas na terça-feira.

“Seja como for, iremos esta segunda-feira entregar o nosso manifesto”, garante o porta-voz do movimento que está a organizar para quarta-feira um cordão humano para ligar as sedes do PS, PSD e CDS à Assembleia da República.

A manifestação está marcada para as 19h, “porque é a hora a que as pessoas que trabalham costumam estar disponíveis a um dia semana”. E a data foi escolhida para ser quase sete dias antes do debate do programa de governo agendado para os dias 9 e 10 de novembro. “A ideia é deixar o espaço até à próxima semana para refletir”.

margarida.davim@sol.pt