Morar e trabalhar em Lisboa ‘obriga’ muitos moradores a usarem carro

Alexandra Ferreira mora no bairro lisboeta de Campo de Ourique e prefere usar o automóvel porque demora 20 a 30 minutos para chegar ao escritório em Cabo Ruivo

numa simulação no site da internet transporlis.sapo.pt, reformulado a propósito da semana europeia da mobilidade, um percurso similar, com o mínimo de transbordos, levaria pelo menos 40 minutos e custaria 1,45 euros.

este percurso inclui três pequenos percursos a pé, uma viagem de autocarro e outra no metropolitano.

a opção mais rápida, segundo o mesmo site, teria uma duração de pelo menos 34 minutos e obrigaria a percursos pedonais, uma viagem de autocarro e por duas linhas de metro.

as poupanças financeiras e ambientais não convencem filipa a deixar a sua viatura própria até porque, como explica, o seu bairro tem «poucas ligações de transportes públicos».

mesmo garantindo que o factor dinheiro «pesa sempre», os ‘pratos da sua balança’ pendem para a «rapidez e eficiência» que só consegue no seu transporte individual.

«o carro é para mim a melhor opção mesmo morando no centro de lisboa e tendo que atravessar a cidade para chegar ao local de trabalho», explica, acrescentando que a estação de metropolitano mais próximo está a uma distância de 10/15 minutos a andar a pé.

sobre os autocarros, sabe que as ligações são limitadas e por isso quando está em lazer, por exemplo no bairro alto, opta na “maioria das vezes pelo táxi” ou por ir a pé.

«o facto de não estar dependente de qualquer horário do transporte público para voltar para casa também é importante», salienta filipa, que às vezes chega a sair às 23h ou até mais tarde.

«a zona onde trabalho tem facilidades de estacionamento o que também contribui para optar pelo carro. a dificuldade para mim prende-se essencialmente com o tempo: demoraria quase o dobro do tempo diariamente de transportes para chegar o trabalho do que aquele que levo de carro», resume.

mas em locais da cidade com muito trânsito e/ou com dificuldades de estacionamento, a consultora admite usar os transportes públicos.

lusa / sol