«bombardearam o sítio utilizado por edith bouvier [a jornalista ferida numa perna que, depois de divulgar um vídeo a perdir ajuda no youtube, conseguiu sair da síria] e todos os feridos», declarou um militante da comissão geral da revolução síria».
no mesmo dia, falando no senado norte-americano, mccain disse que os eua têm uma «obrigação estratégica e moral de afastar assad» e acrescentou que «a única forma de o fazer é através da força aérea internacional». declarou ainda que os eua devem «liderar o esforço de proteger a população da síria».
à medida que a condenação internacional aumenta, o regime sírio procura dar sinais à comunidade internacional de que está disposto a cooperar. na semana passada o governo concordou em permitir a entrada de dois eminentes emissários internacionais: kofi annan, ex-secretário das nações unidas, e valerie amos, chefe dos serviços humanitários da onu.
de acordo com a associated press, amos, que chega amanhã a damasco onde vai ficar até sexta-feira, declarou que o objectivo da visita é «sensibilizar ambos os lados para a necessidade de deixar entrar ajuda humanitária que evacue os feridos e entregue mantimentos». já kofi annan deve entrar na capital síria apenas no próximo sábado.
se procura parecer cooperante nos terrenos da diplomacia, no local a violência das forças militares tem escalado desde que a infantaria entrou em homs, na passada quinta-feira. com a retirada estratégica dos rebeldes, que deixaram o distrito que bab amr nesse mesmo dia, os civis que ficaram para trás, feridos ou demasiado idosos para fugirem, estão a ser alvo de prisões arbitrárias, tortura execuções sumárias.
uma mulher, fugida de homs, contava ontem ao correspondente da bbc que na sexta-feira passada os soldados de assad prenderam 36 homens e rapazes, entre eles o seu filho de 12 anos. sumariamente, todos foram degolados. conta que, enquanto fugia, «ainda conseguia ouvir os seus gritos.
aliados de assad
entre os refugiados que alcançaram o líbano contam-se histórias de horror e o medo é uma constante. mesmo afastados do epicentro do conflito temem os serviços secretos e lembram-se da aliança histórica entre ambos os países – a síria controlou o líbano durante décadas e o hezbollah, que domina o governo libanês, é aliado próximo tanto da síria como do irão.
entre os mais poderosos defensores de assad no xadrez internacional contam-se, no entanto, a rússia e a china, ambas responsáveis por impedir uma intervenção internacional masi musculada a partir das nações unidas.
ainda hoje o vice-ministro dos negócios estrangeiros russo fez saber que o país se mantém firme na sua resolução de apoiar assad, tendo inclusive incitado o ocidente a pressionar a oposição síria para que pare de lutar contra o regime.
apesar de ter o mesmo posicionamento que a rússia quanto à questão síria, o envolvimento chinês parece estar a tornar-se mais preocupado. neste momento, encontra-se na síria um enviado especial chinês que tem como missão pressionar assad para que avance com um cessar-fogo.