João Rui de Sousa distinguido com o prémo Vida Literária

O poeta João Rui de Sousa foi distinguido por unanimidade com o prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores/Caixa Geral de Depósitos 2012, anunciou hoje a organização, em Lisboa.

o prémio de consagração, no valor de 25.000 euros, tem sido atribuído de dois em dois anos a escritores de ficção, poesia e ensaio.

distinguiu, entre outros, josé saramago, miguel torga, eugénio de andrade, mário cesariny e vítor aguiar e silva.

numa conferência de imprensa hoje realizada na sede da associação portuguesa de escritores (ape), o presidente e vice-presidente da entidade, josé manuel mendes e josé correia tavares, membros do júri, justificaram a escolha do poeta de 84 anos, nascido em lisboa, «por estar entre os maiores da literatura portuguesa do presente, com uma vasta e reconhecida obra na poesia e no ensaio».

«entre todos os que poderiam ser candidatos, joão rui de sousa foi aquele que preenchia os requisitos essenciais», salientou josé manuel mendes.

o júri do prémio vida literária ape/cgd é sempre composto pelos membros da direcção da entidade e a escolha «é totalmente livre», salientaram.

para o presidente da ape, a poesia de joão rui de sousa «é uma experiência de singularidade» e «revela grande pujança das instâncias verbais, depuramento formal e pluralidade temática».

josé manuel mendes explicou que o prémio já foi anual, mas tem sofrido intermitências, tendo sido atribuído de dois em dois anos: «esperemos que este galardão, que só é possível com o patrocínio da caixa geral de depósitos, volte à periodicidade anual».

atribuído este ano à área da poesia, no próximo ano será a vez do ensaio, indicou a organização.

poeta e ensaísta, joão rui de sousa nasceu no bairro de campolide, em lisboa, em 1928. fez o curso da escola prática de agricultura d. dinis, e licenciou-se em ciências históricas e filosóficas pela faculdade de letras de lisboa.

a partir de 1982 e até à aposentação, em 1993, trabalhou como investigador na área de espólios literários da biblioteca nacional.

dirigiu em 1955 – acompanhado por antónio carlos, antónio ramos rosa, josé bento e josé terra, todos eles ligados à revista árvore, extinta compulsivamente pela pide (polícia política do regime de salazar) em 1953 – a revista cassiopeia, na qual fez a estreia literária.

«circulação» (1960) foi a sua primeira obra editada na área da poesia, e, mais recentemente, «lavra e pousio» (2005) e «quarteto para as próximas chuvas» (2008), e no ensaio, destaca-se a obra «fernando pessoa – empregado de escritório» (2009).

o prémio vida literária ape/cgd será entregue numa cerimónia com data ainda a marcar, e contará com a presença do presidente da república, aníbal cavaco silva.

 

lusa/sol