Asma Assad vai ser incluída na lista negra da UE

Fontes diplomáticas avançam que Asma Assad – mulher do presidente da Síria – vai ser incluída na lista negra de dignitários do regime submetidos a sanções por parte da União Europeia.

a proposta foi feita por diplomatas britânicos e deverá ser aceite, na próxima quinta-feira, pelos ministros dos negócios estrangeiros dos 27, que, de acordo com fontes diplomáticas citadas pelo el país, viram com bons olhos a iniciativa da grã-bretanha.

asma assad – que até há pouco tempo era classificada pela revista francesa paris match como «um elemento de luz num país cheio de zonas sombrias» e que dava entrevistas à vogue onde garantia que a síria é o «país mais seguro do médio oriente» – vai ver os seus bens e recursos económicos, na união europeia, congelados e deixará de poder entrar em países europeus.

com a certeza, porém, de que asma nasceu e viveu na grã-bretanha até 2000, quando casa com bashar al-assad e se muda para damasco, o que significa que, caso tenha mantido a nacionalidade britânica não pode ser impedida de entrar no país onde, aliás, o seu pai mora e exerce a profissão de cirurgião.

até agora figuram na lista 114 dignitários, na sua maioria militares ou membros das forças de segurança, bem como algumas entidades e empresas sírias. aos abrangidos pelas sanções, bruxelas considera «responsáveis pela violenta repressão da população civil», que, de acordo com os dados da onu, se salda já em mais de 8 mil mortos.

caso o nome da primeira-dama venha a figurar junto deste grupo, asma – que recebeu educação ocidental e que até há 12 anos atrás vivia em londres – ficará para sempre ligada aos actos regime e sofrerá, por isso, as sanções definidas pela comunidade internacional.

 

apanhada na ‘rede’

as sanções surgem depois de, na semana passada, o the guardian, ter tornado públicos emails trocados entre asma e assad. pirateados por activistas da oposição, os mais de três mil emails trocados, também, entre o casal e os amigos, dissipam quaisquer dúvidas de que asma pudesse estar a ser silenciada  ou coagida a apoiar o regime.

por várias vezes, fica explícita a sua solidariedade para com o marido, num dos emails que troca com um amigo da família diz que assad deve ter uma atitude «muito forte» para impedir «as confusões».

catarina.palma@sol.pt