O presidente do Grémio Literário, José do Egipto Macedo e Cunha, morreu hoje, em Lisboa, aos 77 anos, disse à agência Lusa fonte ligada à instituição
O corpo encontra-se na Basílica da Estrela, a partir da 19h00 de hoje, sendo celebrada missa de corpo presente às 17h00, de quinta-feira, seguindo-se o funeral.
Devido à morte do seu presidente, o Grémio Literário encontra-se encerrado hoje e o anunciado jantar de São Martinho, previsto para 11 de novembro, foi cancelado, indicou o vice-presidente da instituição Afonso Manuel Braga da Cruz.
Durante a presidência de José Macedo e Cunha foi retomada a atribuição do histórico Prémio Grémio Literário, em 2005 que, na edição de 2014, distinguiu a historiadora Maria de Fátima Bonifácio pela obra "Um homem singular - Rodrigo da Fonseca Magalhães 1787-1858", publicada pelas Edições Dom Quixote.
O Grémio Literário foi criado por carta régia de D. Maria II, em 18 de abril de 1846, com a finalidade de ser uma associação ligada à cultura das letras e pela "ilustração intelectual concorrer para o aperfeiçoamento moral".
O Grémio teve, entre os seus fundadores, as duas principais figuras do Romantismo nacional, o historiador Alexandre Herculano (Sócio n.º 1) e o poeta e dramaturgo Almeida Garrett, assim como personalidades da vida política do liberalismo como Rodrigo da Fonseca (que redigiu os estatutos), Fontes Pereira de Melo, Rodrigues Sampaio, Sá da Bandeira, Anselmo Braamcamp e o duque de Loulé.
O Grémio, que tem mais de um século e meio de existência, foi nomeado membro honorário da Ordem de Santiago da Espada (1996), sendo já titular da Medalha de Honra da Cidade de Lisboa (1987).
A instituição é considerada de "utilidade pública", sendo uma das associações mais antigas da Europa.
Lusa/SOL