Porto tem mais 30 novos hotéis em fase de licenciamento

O Porto tem na calha 30 pedidos de licenciamento para novos hotéis, lê-se nas duas listagens que tramitam na Câmara e na Sociedade de Reabilitação Urbana e a que a Lusa teve hoje acesso. 

Estes pedidos de licenciamento correspondem a processos referentes à intenção de executar empreendimentos turísticos que ainda não receberam alvará de construção.

Na Câmara do Porto estão a tramitar 15 licenciamentos para empreendimentos turísticos, todos pedidos entre 2014 e 2015, e há seis novos hotéis que abriram recentemente com alvará emitido – Rua Fonte Taurina (Ribeira), Rua da Boavista, Rua das Flores (perto dos Clérigos e Ribeira), Praça da Batalha (em frente ao Teatro Nacional São João), Alameda Basílio Teles e Rua Sá de Noronha.

Com pedidos de licenciamento há processos para a Avenida da Boavista, Rua Amial, Álvares Cabral (2), Paiva Couceiro, Travessa de Cedofeita, Rua Gondarém (Foz do Porto), São Pedro de Miragaia, Arroteia, 5 de Outubro, Cândido dos Reis, Sá da Bandeira, Monchique, Almada, Camões.

A explosão de pedidos de licenciamento para novos hotéis está também a registar-se na Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) – Porto Vivo, entidade em fase de municipalização, onde deram entrada mais 15 pedidos para novas unidades hoteleiras.

Na lista da SRU a que a Lusa teve acesso, estão enumerados com alvará de construção cinco projetos, um na Rua dos Canastreiros/Rua Cimo do Muro, outro no Largo de São Domingos, um na Rua Fonte Taurina e dois na Rua Infante D. Henrique. Todos a edificar na zona da Ribeira, Património Mundial.

Estão também em fase de projeto mais dez hotéis, todos com o pedido feito entre 2014 e 2015, refere a SRU.

Dois novos hotéis na Avenida dos Aliados (um deles da empresa de cruzeiros Douro Azul e outro que ocupa cinco números perto do edifício da Câmara do Porto), um outro no Gaveto das Ruas do Almada, Clérigos e Praça da Liberdade, outro na Rua D. Hugo, outro nas Ruas de São João e Mercadores, Rua Chã (perto do Teatro Nacional de São João), Rua Bonjardim (junto à Rua de Santa Catarina), no Cais das Pedras (um projeto aprovado para 40 quartos, perto da Alfândega) e outro projeto para as Ruas das Flores/Ponte Nova.

“O Porto está na moda e a onda já está a rolar sozinha. Notámos uma duplicação de pedidos de alvarás de 2014 para 2015. Temos tido um acréscimo brutal de pedidos”, disse à Lusa fonte do gabinete de imprensa da SRU.

A SRU tem assistido a um aumento de pedidos de informação para adquirir edifícios na zona histórica, seja de portugueses, seja de estrangeiros, que chegam à procura de espaços para lojas, casas de habitação ou edifícios para hotelaria, hostels ou alojamento local.

A Rua das Flores é uma das ruas mais desejadas para abrir negócio, mas as ruas da Vitória, Mouzinho da Silveira, Almada ou a Avenida dos Aliados, são outras artérias assinaladas no mapa da cidade e onde as unidades hoteleiras estão a crescer a um ritmo avassalador.

A explosão de novos hotéis – 30 projetos que tramitam atualmente – vem justificar um dado conhecido recentemente sobre o índice de preços da habitação no centro histórico do Porto que aumentou 11% entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015.

De acordo com indicadores avançados pela Confidencial Imobiliário, publicação especializada, este é “o resultado mais elevado de toda a série, que já remonta a 2009”, sendo que, desde esse ano, a Baixa do Porto regista uma valorização acumulada de 65,1%.

Só nos últimos 12 meses, refere a Confidencial Imobiliário, a subida foi de 21,5%, afirmando-se este como “o ciclo de maior valorização em todo o período analisado”.

“A reabilitação urbana que ao longo dos tempos foi sendo efetuada, criou efetivamente condições que a par de um interessante conjunto de outras dinâmicas, transformaram a zona histórica do Porto num lugar cada vez mais apetecível, não só para viver, como para conviver, usufruindo da riqueza do património e de todo um ambiente, muito ligado ao turismo, que entretanto se foi criando”, considerou, em entrevista à Lusa, Melchior Moreira, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Melchior Moreira acrescenta que há uma crescente procura de população flutuante – turistas -, acompanhando a crescente oferta de alojamento de diversa natureza – desde a hotelaria tradicional, aos hostels, passando pelos apartamentos turísticos que diariamente são legalizados, fruto de uma aposta constante de investidores nacionais e internacionais que olham para o Porto como sendo, de facto, uma cidade com características únicas.

Em abril de 2014, o centro da cidade do Porto contava com 162 unidades, entre hotéis e hostels e, nessa altura, estavam 24 processos “em fase de licenciamento” e 17 “em fase de obras” relativos a todo o concelho.

Lusa/SOL