Moção de rejeição do PS fará ‘cair’ Governo amanhã

A primeira de quatro moções de rejeição ao programa do Governo PSD/CDS-PP a ser votada, na terça-feira, será a do PS, consumando a “queda” do executivo, confirmou à Lusa o presidente da bancada socialista, Carlos César.

Moção de rejeição do PS fará ‘cair’ Governo amanhã

"Há um compromisso, uma espécie de acordo de cavalheiros, no sentido de as moções serem apresentadas consoante a ordem de grandeza da votação obtida nas eleições", disse, esclarecendo que todos os parceiros do entendimento à esquerda terão oportunidade de submeter os seus textos, embora haja a interpretação de que todas as outras moções saiam prejudicadas no momento em que a primeira for secundada por maioria absoluta do hemiciclo.

Fontes de BE e PCP atestaram o referido compromisso, adiantando que o regimento do parlamento e os preceitos constitucionais "dão alguma amplitude de interpretação ao Presidente da Assembleia da República (PAR)", o socialista Eduardo Ferro Rodrigues, no sentido de a mesa permitir a votação dos quatro documentos em causa, até para cada partido vincar as suas posições autónomas.

Segundo os pontos 4.º, 5.º e 6.º do regimento parlamentar, "se for apresentada mais de uma moção de rejeição do programa, a votação realizar-se-á pela ordem da sua apresentação, sem prejuízo da eventual não aprovação de qualquer delas", exigindo-se "maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções" para materializar a demissão do XX executivo constitucional.

Ainda segundo aquelas regras, "o PAR comunica ao Presidente da República, para os efeitos do artigo 195.º da Constituição [demissão do Governo], a aprovação da ou das moções de rejeição, ou a não aprovação da moção de confiança".

Socialistas, bloquistas, comunistas e ecologistas têm vindo a anunciar reiteradamente, desde a noite eleitoral de 04 de outubro, a intenção de apresentar moções de rejeição ao elenco governativo PSD/CDS-PP, tendo o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, admitido, a certo ponto, a elaboração de uma moção conjunta.

Lusa/SOL