Cavaco insiste no diálogo

“No espírito científico as disputas são resolvidas não pela força mas pelo diálogo esclarecedor”. O discurso foi feito esta manhã na cerimónia dos 25 anos do prémio científico da IBM, mas o recado está lá.

"No espírito científico as disputas são resolvidas não pela força mas pelo diálogo esclarecedor". O discurso foi feito esta manhã na cerimónia dos 25 anos do prémio científico da IBM, mas o recado está lá.

Um dia depois de ter caído o Governo mais curto de sempre, as palavras do Presidente da República voltaram a servir para um apelo ao diálogo, que tem sido uma constante no mandato e que foi também uma das mensagens fortes das palavras proferidas na tomada de posse do Executivo ontem derrubado no Parlamento.

Cavaco falou de Ciência para sublinhar que esta "é guiada pela cooperação e respeito", mas deixou claro que esses são valores que "a nossa sociedade deveria cultivar".

Apesar destes apelos recorrentes ao compromisso entre as forças políticas, alguns dos conselheiros de Estado mais próximos de Cavaco já admitiram que o Presidente não terá outra opção que não a de indigitar António Costa como primeiro-ministro.

Ainda ontem, Manuela Ferreira Leite considerou que essa será a única opção de Cavaco Silva, depois de o PS ter feito cair o Executivo e de Passos ter deixado claro que não quer ficar em gestão.

Antes, já Luís Marques Mendes tinha considerado que esse seria o único caminho possível. Isto, apesar de ontem em comentário na SIC ter alertado para as fragilidades dos acordos assinados por PS, BE, PCP e PEV, explicando que o facto de não haver garantias se aprovação de Orçamentos do Estado nem de que não haverá moções de censura faz com que estes entendimentos não assegurem a estabilidade governativa pedida por Cavaco.

margarida.davim@sol.pt