Pêra-Manca com selo à prova de falsificação

O Pêra-Manca tinto 2011, a nova edição do mais emblemático vinho tinto da Fundação Eugénio de Almeida, foi esta quarta-feira apresentado ao mercado com um inovador sistema de segurança que permite ao consumidor garantir a sua autenticidade. O sistema consiste num código único, associado à utilização de uma imagem holográfica, incorporado na cápsula da garrafa, que pode…

José Mateus Ginó, diretor comercial da Fundação Eugénio de Almeida, admite que, “perante as tentativas de práticas fraudulentas no setor, nomeadamente a falsificação de vinhos topo de gama, importa conceber métodos fiáveis que permitam assegurar essas situações e, acima de tudo, proteger o consumidor de fraudes ou falsificações garantindo-lhe a autenticidade do vinho que adquire”. O mesmo responsável sublinha ainda que “a Adega Cartuxa tem procurado seguir uma estratégia de inovação constante ao longo dos últimos anos”.

Produzido apenas em anos de colheita excecional, o Pêra-Manca tinto foi apresentado pela primeira vez em 1990. Segundo Pedro Baptista, enólogo da Fundação Eugénio de Almeida, a “colheita tinto 2011 responde aos critérios de qualidade extrema a que este vinho obriga”: “Na vindima de 2011 o ciclo vegetativo da videira caracterizou-se pelo desenvolvimento das plantas em condições de humidade e temperatura bastante amenas que possibilitaram uma maturação lenta e equilibrada”.

Elaborado a partir das habituais castas Trincadeira e Aragonez, provenientes de talhões de uma das vinhas mais velhas da Fundação Eugénio de Almeida, “foi possível a obtenção de um vinho bastante equilibrado e elegante, com uma frescura ímpar para o habitual na região”, acrescentou ao SOl o enólogo. Desta nova colheita foram produzidas apenas 31 mil garrafas. O vinho, face à procura do mercado e à sua exclusividade, sofre este ano um forte aumento de preço, saindo à porta da adega a 150€. Os principais mercados importadores deste vinho de exceção são Angola e o Brasil.

Notas de Prova:

O Pêra-Manca tinto 2011 fermentou em balseiros de carvalho francês com temperatura controlada a que se seguiu maceração pós-fermentativa prolongada. Estagiou 18 meses em tonéis de carvalho francês, tendo sido engarrafado em abril de 2013. O estágio em garrafa foi feito, como é tradição, nas caves do Mosteiro da Cartuxa. Exibe cor granada viva e densa. O aroma é cheio e complexo, com notas intensas de fruta madura, especiarias e um suave tostado muito delicado. Na boca mostra fruta profunda, muito denso e concentrado, com estrutura e volume de taninos firmes mas muito elegantes. Complexo, de acidez equilibrada e elevada frescura, surge concentrado e complexo, terminando com suaves notas balsâmicas conjugadas com fruta densa e envolvente.

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