Seguradoras quase quadruplicam lucros para 449 ME em Portugal até setembro

As seguradoras a operar em Portugal obtiveram, no global, lucros de 449 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano, um aumento de 268% relativamente ao mesmo período de 2014, divulgou hoje a Autoridade de Supervisão de Seguros (ASF).

No seu relatório sobre a atividade seguradora do terceiro trimestre de 2015, a ASF diz que das 46 empresas de seguros supervisionadas, 33 apresentaram valores positivos.

Nos primeiros nove meses de 2014, as seguradoras tinham obtido lucros de 167 milhões de euros.

A ASF estima ainda que a taxa de cobertura da margem de solvência das seguradoras neste terceiro trimestre foi de 204% no valor de cerca de 3.400 milhões de euros.

"Como é usual", adianta o supervisor de seguros, "as entidades especializadas no ramo Vida tiveram uma taxa de cobertura inferior à dos operadores dos ramos Não Vida, 208% e 250% respetivamente", sendo que as empresas mistas apresentaram um rácio na ordem dos 180%. 

Em termos globais, a produção de seguro direto no período em análise registou uma diminuição de 6,6% face a igual período de 2014, situando-se em cerca de 9.300 milhões de euros, explicando a ASF que, para este decréscimo, "foi determinante a quebra de 11,2% verificada no ramo Vida".

Os ramos Não Vida, por sua vez, registaram um acréscimo de 7,3%, para o qual também contribuiu a entrada, no período em análise, de uma empresa de seguros Não Vida no universo das empresas supervisionadas, havendo um crescimento real de 3,4% retirando o efeito deste operador.

No ramo Vida, a produção até setembro de 2015 foi de 6.608 milhões de euros quando no mesmo período de 2014 foi de 7.442 milhões de euros, enquanto no ramo Não Vida houve um aumento de 2.498 milhões de euros em 2014 para 2.681 milhões de euros este ano.

No mesmo período, os custos com sinistros de seguro direto apresentaram, em termos globais, um aumento de 7,3% para 9.772 milhões de euros, inferior ao verificado no semestre homólogo do ano anterior, que foi de 9%.

No ramo Vida os custos com sinistros aumentarem 7,8% para 7.996 milhões de euros, enquanto nos ramos Não Vida apresentaram um acréscimo de cerca de 5,4% para 1.776 milhões de euros.

O relatório refere que o valor trimestral do custo com sinistros do conjunto dos ramos "tem-se mantido relativamente estável, em torno dos 560 milhões de euros, sendo a evolução global muito influenciada pelo ramo Vida".

Lusa/SOL