A vida nas lojas maçónicas

(…) Em todas as sessões, à entrada das salas, há sempre duas colunas. E, ao fundo, três degraus dão acesso a um estrado, onde está a cadeira e a mesa do líder, com uma espada flamejante e um candelabro.

Junto aos degraus situa-se o altar dos juramentos, onde se põe a Bíblia ou a Constituição da República, um esquadro (símbolo da retidão) e um compasso (símbolo da justiça). Nas paredes, colocam-se imagens do sol e da lua. Há ainda pequenas mesas triangulares espalhadas, umas à entrada, outras perto do altar, onde se sentam os maçons com tarefas importantes nos rituais. O chão é sempre coberto por um pavimento em xadrez preto e branco, podendo ser improvisado com tapetes com esse desenho. As cadeiras estão dispostas por uma ordem específica, geralmente nas laterais, em duas filas. O teto deve simbolizar o céu, e por isso às vezes é pintado de preto e enfeitado com pequenas luzes, como se fossem as estrelas. Na maior parte dos encontros, há velas acesas e música clássica. Mozart, Sibelius, Bach, Beethoven e Brahms são dos mais usados. A escolha da sinfonia é considerada uma das tarefas mais importantes e o “irmão” que fica encarregue de o fazer tem de selecionar um alinhamento que vai soando consoante o ritual que no dia está a ser praticado.

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No GOL, as sessões secretas são quase todas no Palácio Maçónico, no Bairro Alto. As da GLLP realizam-se nos templos criados no palacete em Telheiras, num andar em Alvalade, onde durante anos funcionou a sede da obediência, e que hoje os maçons ainda mantêm para algumas reuniões.

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* Excerto do livro O Fim dos Segredos, da jornalista do SOL Catarina Guerreiro