Terrorismo, Tolerância e Igualdade

Os líderes europeus, depois da tragédia de Paris, preocuparam-se em separar a questão do terrorismo islâmico do problema dos refugiados.

Percebe-se a intenção: evitar retaliações imediatas e cortar o passo a partidos de extrema-direita que tentem tirar proveito político dos acontecimentos.

Mas, se os moderados começarem a tapar o Sol com uma peneira, isso será o maior incentivo aos partidos radicais de direita.

Os partidos socialistas e liberais têm de dar uma resposta firme à questão do terrorismo e não podem continuar a ser ingénuos a lidar com o problema dos refugiados.

É evidente que, se nem todos os refugiados são terroristas, basta um em cada cem mil ser terrorista para termos um problema grave. E há outra questão: quanto maior for a percentagem de muçulmanos na Europa, mais difícil será controlar as comunidades muçulmanas e os elementos suspeitos.

É ainda evidente que certas facilidades permitidas pelo Acordo de Schengen foram importantes para permitir aos terroristas circular livremente entre a Bélgica e Paris.

Para não termos a Europa transformada num barril de pólvora, para a extrema-direita não ter terreno para medrar, os partidos moderados têm, quanto antes, de deixar de ser ingénuos.

E, para lá do combate ao terrorismo, têm de olhar de frente o problema dos refugiados e pôr limites à livre circulação na Europa.

Não se diga que isso é ‘fazer a vontade aos terroristas’.

O que eles querem é poder continuar a movimentar-se facilmente e ainda se rirem da nossa ingenuidade.

jas@sol.pt