Atentados em Paris: irmão de Salah Abdeslam aconselha-o ‘a entregar-se’

Um irmão de Salah Abdeslam, um dos principais suspeitos dos atentados terroristas de Paris, alvo de um mandado de captura internacional, aconselha-o “a entregar-se à polícia”, numa entrevista hoje transmitida ‘on-line’ pela estação televisiva francesa BFMTV.

"Evidentemente, aconselho-o a entregar-se à polícia, para que a justiça possa esclarecer toda esta história", disse Mohamed Abdeslam, que vive em Bruxelas, acrescentando que o seu irmão "ainda é presumivelmente inocente".

O próprio Mohamed Abdeslam foi detido pela polícia belga, em Molenbeek, e depois libertado sem acusação. Um terceiro irmão Abdeslam, Brahim, é um dos 'kamikazes' que se fizeram explodir nos atentados    que fizeram 129 mortos na passada sexta-feira na capital francesa.

Salah é suspeito de ter também feito parte da equipa de terroristas que atacou Paris e está a ser ativamente procurado pela polícia.

"O melhor, realmente, seria entregar-se para que a justiça possa esclarecer toda esta história, já que, recordo-vos, Salah ainda não foi ouvido pelos serviços policiais e que é, portanto, ainda presumivelmente inocente", disse o seu irmão Mohamed na entrevista à BFMTV.

"Nós somos uma família, pensamos nele, perguntamo-nos onde estará, se terá medo, se estará a alimentar-se", declarou.

Inquirido sobre a prática do Islão, Mohamed Abdeslam responde que "não é praticante".

Já Salah, "era alguém que não faltava às suas obrigações, rezava, não bebia, ia de vez em quando à mesquita", acrescentou.

"Vestia-se muito normalmente, uns 'jeans', uma camisola, um colete", precisou, dizendo que nada indicava que se tivesse tornado radical.

"Há muito tempo que Salah e Brahim faziam o jejum, mas isso não nos permite a nós, que vivemos com ele, determinar se é ou não um radical", observou.

Lusa/SOL