Porta-aviões francês ruma ao Mediterrâneo oriental para combater o Estado Islâmico

O porta-aviões francês Charles-de-Gaulle, com 26 aviões de combate a bordo, zarpou hoje do porto de Toulon (sudeste da França) em direção ao Mediterrâneo oriental, onde vai participar no combate ao grupo Estado Islâmico (EI).

Após os mortíferos atentados de sexta-feira, o Presidente francês François Hollande "decidiu envolver" o grupo aeronaval "no Mediterrâneo oriental, antes de o reunir, se necessário, no golfo arábico-persa", indicou o almirante René-Jean Crignola, comandante do grupo aeronaval, citado pela agência noticiosa AFP.

O Charles-de-Gaulle e os seus 26 caças — 18 Rafale e oito Super-Etandard — deverão chegar a essa região dentro de pouco dias, ao largo da Síria ou do Líbano, e quando se previa cerca de um mês para alcançar o golfo arábico-persa, a sua missão inicial.

"Nos próximos dias, a chegada ao teatro dos caças do grupo aéreo embarcado vai triplicar as atuais capacidades de ação da França", sublinhou Crignola, que comanda a totalidade da Task Force 476, que inclui para além do grupo aeronaval francês, diversos navios estrangeiros, onde se incluem uma fragata britânica e outra belga, o Leopoldo I.

"Em 13 de novembro a França foi atacada no seu território pelo Daech [acrónimo árabe do EI], que cometeu atentados terroristas simultâneos em Paris que provocaram centenas de vítimas. Em 16 de novembro, o Presidente da República anunciou perante o Congresso a intensificação das operações militares contra o Daesh, designadamente na Síria", explicou Crignola.

O porta-aviões francês cumpre a sua terceira missão nesta zona nos últimos dois anos.

 Dois dias após os ataques de Paris e Saint-Denis, a aviação francesa bombardeou intensamente, na noite de domingo, a cidade de Raqa, a capital que o EI estabeleceu no norte da Síria.

Num 'raide' com uma amplitude sem precedentes desde os primeiros ataques franceses na Síria no início de setembro, dois caças-bombardeiros lançaram 20 bombas sobre um posto de comando e um centro de treinos do EI.

"Prosseguiremos os ataques durante as próximas semanas (…) Não haverá qualquer abrandamento nem qualquer trégua", disse Hollande perante os deputados. 

"A França está em guerra (…) Estamos em guerra contra o terrorismo 'jihadista' que ameaça o mundo inteiro", acrescentou.

Lusa/SOL