PM belga diz que serviços secretos colaboram com França

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, esclareceu hoje no parlamento federal que os serviços secretos do país colaboraram na operação francesa de quarta-feira, contra uma célula radical, rejeitando críticas feitas à ‘secreta’ da Bélgica.

PM belga diz que serviços secretos colaboram com França

"Ontem [quarta-feira], em Saint-Dennis, foi impedido um atentado também devido a informações fornecidas por equipas belgas", disse Michel, referindo-se a uma operação desenvolvida nos arredores de Paris e que resultou na detenção de oito pessoas.

"Não aceito as críticas que visam denegrir o trabalho dos nossos serviços de segurança", salientou o primeiro-ministro, aludindo a acusações de inação dos serviços secretos publicadas na imprensa belga e ecoadas na opinião pública.

Charles Michel anunciou ainda o reforço da luta contra o terrorismo na Bélgica com medidas como a inscrição no orçamento de 2016 de uma dotação de 400 milhões de euros na rubrica da segurança.

O chefe do Governo salientou também que o lugar destinado aos radicais que regressem  à Bélgica vindos da Síria "é a prisão".

O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou no sábado, em comunicado, os atentados de sexta-feira em Paris, que causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais dois portugueses.

Os ataques, perpetrados por pelo menos oito terroristas, sete dos quais morreram, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o Estádio de França, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções da casa e da Alemanha.

A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como "ataques terroristas sem precedentes no país".

Lusa/SOL