França: UE ‘perdeu muito tempo’ e deve tomar as ‘decisões que se impõem’

O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, defendeu hoje em Bruxelas que a Europa deve tomar “as decisões que se impõem” na luta contra o terrorismo, considerando que a União Europeia (UE) já perdeu “muito tempo”.

França: UE ‘perdeu muito tempo’ e deve tomar as ‘decisões que se impõem’

"Desejamos que a Europa, que já perdeu muito tempo com uma série de questões que são urgentes, tome hoje as decisões que se impõem", sublinhou o governante francês, após chegar a Bruxelas para uma reunião de emergência com os seus homólogos europeus.

O encontro extraordinário dos ministros do Interior e da Justiça europeus, a decorrer hoje, foi convocado a pedido da França, após os atentados de há uma semana em Paris, que provocaram 129 mortos e mais de 350 feridos.

A França exige sobretudo a rápida criação de uma base de dados europeia sobre passageiros, "com um conteúdo que a torne eficaz", afirmou Bernard Cazeneuve, lembrando que o processo tem sido bloqueado pelas reticências do Parlamento Europeu.

Para Cazeneuve, é preciso também que sejam "reforçados consideravelmente" os controlos nas fronteiras exteriores da UE, dando mais poderes e meios à Frontex, a agência europeia especializada na questão.

O ministro do Interior francês considerou "essencial" existir a possibilidade de, no momento da passagem de um viajante, interrogar o Sistema de Informação Schengen (SIS, uma base de dados europeia).

"Essa é a única possibilidade de, em conjunto com uma base de dados europeia sobre passageiros, estabelecer e seguir o percurso dos terroristas e de os poder neutralizar antes de agirem", sustentou.

Cazeneuve defendeu ainda que falta também um maior controlo nas fronteiras interiores da EU.

Na reunião de Bruxelas, os ministros vão discutir a criação de nova legislação para combater o tráfico de armas, o que tem estado na origem de um grande número de atos terroristas.

"Sobre todas essas questões não podemos perder mais tempo. É urgente", frisou o ministro do Interior francês.

Lusa/SOL