João Soares: O segurista convertido

João Soares é o nome escolhido por António Costa para o novo Ministério da Cultura. Filho do fundador e líder histórico do PS, apoiou António José Seguro nas eleições primárias em que Costa conquistou a liderança.

E foi precisamente pela quota segurista que integrou as listas do PS nas últimas eleições legislativas: apesar de não estar na primeira versão elaborada pelo secretário-geral socialista, acabou por ocupar o lugar deixado vago por Álvaro Beleza. E revelou-se um dos apoiantes desde a primeira hora desta solução de governo à esquerda liderada por António Costa.

Quando em outubro Cavaco Silva indigitou Passos Coelho como primeiro-ministro, numa comunicação com duras críticas aos socialistas, coube a João Soares dar voz à reação do PS: “Esta decisão do Presidente faz o país perder tempo", defendeu, acrescentando que considerava “particularmente estranho e lamentável que o Presidente da República tenha indigitado alguém que não tem condições para uma solução estável e duradoura”.

João Soares ganhou notoriedade como presidente da Câmara de Lisboa, onde sucedeu a Jorge Sampaio. E chegou a candidatar-se à liderança do PS em 2004, juntamente com Manuel Alegre, mas perdeu para José Sócrates.

Nascido em Lisboa, tem 56 anos e é filho de Mário Soares e de Maria de Jesus Barroso, falecida há poucos meses.

Licenciado em Direito pela Faculdade de Lisboa, foi deputado, eurodeputado e vereador nas câmaras de Lisboa (depois de perder as eleições contra Pedro Santana Lopes) e de Sintra (onde foi derrotado nas eleições autárquicas pelo social-democrata Fernando Seara).

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