Obama afirma que chegou o momento de salvar o planeta

O Presidente norte-americano, Barack Obama, apelou hoje em Paris a todos os líderes mundiais para “estarem à altura” dos desafios colocados pelas alterações climáticas, reforçando que chegou o momento da comunidade internacional decidir salvar o planeta.

Obama afirma que chegou o momento de salvar o planeta

O líder norte-americano discursava na 21.ª Conferência Internacional do Clima (COP 21), organizada sob a égide das Nações Unidas, que hoje começou em Bourget, no norte de Paris.

"Temos o poder de determinar o nosso futuro aqui e agora, mas só se mostrarmos que estamos a altura do desafio", defendeu o chefe de Estado norte-americano, dirigindo-se aos cerca de 150 governantes reunidos em Bourget.

O líder dos Estados Unidos, a primeira economia mundial e o segundo emissor mundial de gases de efeito de estufa (depois da China), reconheceu a influência do seu país no aquecimento global e assumiu "a responsabilidade de fazer algo" para contrariar tal cenário.

Na intervenção, Obama rejeitou fortemente o argumento de que a luta contra as alterações climáticas será uma má notícia para a economia.

"Provámos que não há mais conflito entre um crescimento económico forte e a proteção ambiental", referiu.

"Quebrámos os velhos argumentos da inação. (…) Isso deveria dar-nos esperança", prosseguiu Obama, que recordou as palavras do reconhecido ativista dos direitos civis norte-americano Martin Luther King.

"Acredito nas palavras de Martin Luther King Junior de que não existe tal coisa de ser tarde demais", disse Obama, advertindo, no entanto, que quando o assunto são as alterações climáticas "esse momento está quase a chegar".

Para Obama, se os líderes internacionais "agirem aqui e agiram agora" não será tarde demais, frisando que as decisões agora tomadas terão repercussões nas próximas gerações, o que irá representar "uma recompensa gratificante".

Os Estados Unidos assumiram o compromisso de reduzir entre 26 a 28 por cento as suas emissões de gases de efeito de estufa até 2025, em comparação a 2005.

Ainda na intervenção, Obama expressou o seu apoio a França depois dos "terríveis atentados" do passado dia 13 de novembro.

"Não só para levar à justiça a rede terrorista responsável pelos ataques [reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico], mas também para proteger os nossos povos e defender os valores que nos fazem fortes e livres", afirmou.

Nesse sentido, Obama considerou que manter a realização da conferência de clima é "um ato de desafio" para aqueles que "querem destruir o mundo" atual.

A COP 21, que vai decorrer até 11 de dezembro, tem como objetivo conseguir um acordo internacional sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa, responsáveis pelo aquecimento global e pelas suas consequências catastróficas, nomeadamente o aumento do nível do mar.

Limitar o aquecimento global a dois graus Celsius até ao final do século, por referência ao período anterior à Revolução Industrial, é a grande meta e, para muitos, a única forma de evitar os piores efeitos das mudanças climáticas.

A cimeira realiza-se cerca de duas semanas depois dos atentados terroristas na capital francesa que fizeram 130 mortos e centenas de feridos.

Lusa/SOL