A derrota da Frente Nacional

A segunda volta das eleições regionais francesas trouxe boas notícias: a Frente Nacional, de extrema-direita, acabou por não ganhar qualquer região. Para isso contribuiu a generosidade do Partido Socialista, que desistiu de se apresentar a sufrágio na segunda volta em algumas regiões em que terminou em terceiro lugar na primeira volta, permitindo a concentração de…

A Frente Nacional é detestável pelo seu racismo e xenofobia. O fundador do partido, Jean-Marie Le Pen, entretanto expulso do partido pela própria filha, Marine Le Pen, numa tentativa de silenciar as suas posições mais polémicas, como quando afirmou que “os campos de concentração são um pequeno detalhe da História. Mesmo assim, ficou na memória outra frase de Jean-Marie Le Pen: “um milhão de desempregados é um milhão de emigrantes a mais”.

É assim, com este discurso simplista mas eficaz, que a Frente Nacional se foi gradualmente impondo. São claramente racistas e xenófobos, mas vão buscar votos a todas as áreas políticas. Há muitos antigos eleitores do Partido Comunista Francês que hoje votam Frente Nacional. É, a meu ver, o fruto da exclusão dessas pessoas do mercado de trabalho.

Enfim, estou contente por duas razões: primeiro, por em Portugal não existir nenhum partido com ideias semelhantes com peso eleitoral significativo, e em segundo lugar por a Frente Nacional não ter conseguido mais poder executivo. Detêm várias câmaras municipais, e uma das coisas que fazem é servir carne de porco nas refeições escolares, que é considerada impura para judeus e muçulmanos. Decididamente, os dirigentes da Frente Nacional, bem como muitos dos seus eleitores, não são “boas peças”.