O eterno problema das dívidas em atraso dos hospitais

O aperto financeiro do Serviço Nacional de Saúde é visível pelos pagamentos em atraso dos hospitais, que teimam em não desaparecer das contas públicas. 

De acordo com o boletim mensal de execução orçamental publicado ontem pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), as unidades hospitalares de cariz empresarial eram responsáveis por 458  milhões de euros em dívidas por pagar, em novembro.

A DGO controla mensalmente as entidades públicas que têm compromissos por pagar há mais de três meses. Os hospitais-empresa estão permanente no pódio desta lista, com os pagamentos a fornecedores a derrapar.

Segundo o boletim, o total de os pagamentos em atraso das entidades públicas até registarou uma diminuição de 12 milhões de euros face ao mês anterior, situando-se atualmente em 1025 milhões de euros.

Mas este resultado foi conseguido com uma redução de 39 milhões de euros, verificada na Administração Regional, já que na Administração Local e na área da Saúde houve aumentos das dívidas.

A DGO faz também o levantamento trimestral das entidades específicas que estão em incumprimento face à lei dos compromissos.

Na lista publicada em Setembro, havia 21 unidades e agrupamentos de cuidados de saúde com pagamentos em atraso. Era o caso dos centros hospitalares Barreiro Montijo, de Lisboa Norte, de Setúbal e do Médio Tejo, por exemplo.

Estas entidades tinham assumido compromissos financeiros superiores aos fundos disponíveis ou não tinham reportado ao Ministério das Finanças os fundos disponíveis, explica a DGO.

joao.madeira@sol.pt