Sampaio da Nóvoa acusa Marcelo de ter apoiado cortes na saúde

O candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa acusou hoje Marcelo Rebelo de Sousa de ter justificado e apoiado, nos últimos anos, as políticas de austeridade do anterior Governo PSD/CDS-PP, como os cortes na saúde.

Depois de ter dito, no sábado à noite, em entrevista à TVI, que "foi alertando, ao longo dos últimos anos, para a degradação dos serviços públicos e isso foi feito perante muita gente que se calou", hoje, em Évora, esclareceu que se referia "a várias pessoas, mas também a Marcelo Rebelo de Sousa".

"Nos seus comentários, mês após mês, semana após semana, [Marcelo Rebelo de Sousa] sempre justificou estas políticas de austeridade, nomeadamente no que diz respeito aos cortes no Serviço Nacional de Saúde [SNS], e apoiou sempre as políticas do anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, em todos os seus comentários", referiu.

António Sampaio da Nóvoa falava aos jornalistas no final da cerimónia de inauguração da sua sede de campanha em Évora, na qual participaram, entre as dezenas de pessoas presentes, o atual ministro da Agricultura, Capoulas Santos, o deputado do PS Norberto Patinho e vários autarcas socialistas do distrito.

O candidato presidencial realçou que "a vida política é feita dos responsáveis políticos e dos membros do governo, mas é feita também de várias outras cumplicidades", assinalando a proximidade entre Marcelo Rebelo de Sousa e o anterior Governo PSD/CDS-PP.

Sampaio da Nóvoa considerou que Marcelo fez "um comentário que, sistematicamente, todos os domingos, apoiou as políticas que levaram o país onde levaram", e que "conduziu a que também o candidato Marcelo Rebelo de Sousa tenha estado em comícios da coligação PSD/CDS-PP".

"Não é difícil imaginar que a pessoa possa agora lavar as mãos como se não tivesse nenhuma responsabilidade também nesta matéria", acrescentou.

Sobre a morte de um homem de 29 anos no Hospital São José, em Lisboa, alegadamente por falta de neurocirurgiões ao fim de semana, o candidato a Belém afirmou que "é uma situação trágica", que "resulta de muitos cortes que houve no SNS".

"Fui avisando que havia um momento em que depois de cortes sucessivos certamente que começaria a haver situações de degradação do SNS", disse, frisando que "houve muita gente" que justificou os cortes e defendeu estas políticas e "o resultado está agora à vista".

Sampaio da Nóvoa defendeu que se deve "olhar para a frente" e "reforçar o SNS", mas vincou que a situação "merece que todas as responsabilidades sejam apuradas em todos os planos".