Rodrigues dos Santos ilibado pela ERC

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social considerou que não existem “indícios de violação de direitos fundamentais” no episódio em que o pivô da RTP Rodrigues dos Santos trocou o género a Alexandre Quintanilha, deputado do PS. Mas também entende que a estação pública poderia ter sido mais célere a corrigir o erro.

Rodrigues dos Santos ilibado pela ERC

Na emissão do Telejornal de 7 de outubro de 2015, quando lançava uma reportagem sobre a nova composição do Parlamento e apresentava o deputado mais velho a tomar posse, Rodrigues dos Santos referiu-se ao parlamentar “eleito, ou eleita” a quem caberia esse título. Houve quem tivesse interpretado o lançamento como uma referência implícita à orientação sexual do deputado do Porto e, de imediato, começaram a chover críticas ao pivô. À Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) chegou dezena e meia de queixas.

A troca ocorreu, explicou o jornalista, porque na mesma peça era mencionada, além de Quintanilha, de 70 anos, a deputada do BE Domicília Costa, de 69. Rodrigues dos Santos julgou que a bloquista seria a mais velha deputada e optou por aquela formulação.

‘Juízo de intenções’

Na deliberação tomada a 6 de janeiro e ontem conhecida, a ERC refere que, analisado o teor das queixas e visionadas as imagens constata-se que o jornalista ao introduzir a peça sobre a nova composição da Assembleia da República “não refere em momento algum o nome do deputado mais velho”. “Admite-se como possível que o pivô não tivesse presente qual dos dois deputados seria o mais velho. De acordo com as explicações da RTP, o jornalista estaria convencido, pela construção da peça, de que o deputado mais velho seria Domicília Costa”, continua o relatório.

Considerar que a expressão “eleito, ou eleita” a que Rodrigues dos Santos recorreu pretendia “vexar a orientação sexual” de Quintanilha “afigura-se como um mero juízo de intenções que não encontra suporte na peça”, concluem os membros da ERC.

O jornalista corrigiu a sua intervenção em direto, logo no dia seguinte. Ainda assim, para a ERC, faltou celeridade. O organismo questiona se “a RTP não deveria ter feito uso das suas plataformas eletrónicas para repor a verdade com maior rapidez e pôr termo à celeuma então gerada” e insta a estação a adotar essa solução em casos futuros.