Urgências. Internos só podem fazer 12 horas extraordinárias por semana

A Ordem dos Médicos vai passar a limitar o tempo de trabalho dos internos até 12 horas extraordinárias por semana em serviço de urgência, avançou ontem o “Notícias ao Minuto”.

Segundo anunciou o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, no Facebook, o novo regulamento será publicado ainda este mês, “na próxima Revista da Ordem dos Médicos, com uma nota editorial, para ter força de ‘Lei Médica’”.

Ou seja, tratando-se de uma lei médica, quem não cumprir estas regras poderá esperar sanções disciplinares. Trata-se de um “marco histórico da defesa da Qualidade do Internato Médico, na preservação da saúde física e mental dos internos e no reconhecimento da dignidade e exigência da profissão médica”, considera o bastonário.

José Manuel Silva escreveu ainda que a integração de internos nas equipas dos serviços de urgência “tem como objetivo primordial a evolução do seu processo formativo” e que “sobre-utilizá-los” prejudica a sua evolução. “O médico interno, caso concorde explicitamente, poderá ainda efetuar mais dois períodos de urgência extraordinária suplementares por mês, em circunstâncias de premente necessidade da instituição”, mas há um limite de 12 horas de trabalho contínuo. O regulamento relativo ao trabalho durante o internato médico foi trabalhado em conjunto pela Ordem dos Médicos e pelo Conselho Nacional do Internato Médico (CNIM).

Saída do INEM

O vice-presidente do Sindicato dos Técnicos de Ambulâncias de Emergência, Pedro Louro, vai sair do INEM, onde durante 11 anos trabalhou como técnico. Ao “Notícias ao Minuto”, o também comandante dos Bombeiros Voluntários do concelho de Espinho disse que a saída se deveu à “forte desmotivação” sentida no instituto. Já tinha intenção de abandonar funções desde 2014, contou Pedro Louro. “Está na hora de fechar um ciclo” e de abraçar novos projetos. “Só fiquei no INEM em 2015 por ter sido um ano de grande ação sindical em que me pediram para ficar, um ano único a nível de conflitos laborais, além do trabalho a fazer a propósito da regulação da carreira de técnico de emergência”, disse. Já o facto de ser arguido num processo do Ministério Público por alegado uso indevido de licenças sindicais no INEM, “nada tem a ver” com esta saída, assegura.