Novos parquímetros no Porto vão ser controlados por telemóveis

Portuenses têm de ter telemóvel ou tablet para instalarem uma aplicação que permite ver o total a pagar. E têm de associar um cartão de crédito.

O novo sistema de parquímetros da cidade do Porto visa o fim dos bilhetes colocados no tabliê do carro. São substituídos por uma aplicação, a Telpark, instalada no telemóvel ou tablet, que permite ver há quanto tempo se está a usar o equipamento e qual o total a pagar, de acordo com o “Expresso” online. Quanto ao pagamento, o utilizador terá de associar um cartão de crédito ao seu registo na aplicação. Duas semanas após o uso do parquímetro, o montante a pagar é debitado no cartão.

Este sistema pós-pago em que o utilizador apenas paga o tempo efetivo de uso do lugar de estacionamento é uma das vantagens apontadas pela empresa, por oposição ao sistema pré–pago, no qual são cobrados mesmo os minutos não utilizados.

Caso os utentes não queiram usar a aplicação, o pagamento por moedas é igualmente disponibilizado. A única alteração substancial é a obrigatoriedade de registo da matrícula do carro no parquímetro, que substitui a colocação do bilhete com a indicação do tempo comprado no interior da viatura.

O controlo é feito por elementos da empresa EPorto, que reportarão à Polícia Municipal qualquer situação de incumprimento. Nesses casos será enviado um aviso de pagamento ao utilizador. Evita-se assim, diz Paulo Nabais, “o recurso imediato ao reboque”. Para Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, um dos objetivos destas alterações é proporcionar a rotatividade no parqueamento, “acabando com o estacionamento de segunda linha”.

A instalação está a cargo da EPorto (Empark, Resopre e Dornier), o consórcio privado ao qual a Câmara Municipal cedeu a gestão do estacionamento pago no Porto por 12 anos, após um acordo através do qual a sociedade terá de entregar oito milhões de euros, aos quais se juntam 54,2% da receita bruta, a pagar anualmente durante os anos de concessão – algo que, na opinião de Rui Moreira, representa “um encaixe muito interessante”.

Portuenses críticos. No entanto, os portuenses não parecem convencidos. Um potencial utilizador encontrado na Baixa do Porto, José Mário Santos, considera não ter nada a ganhar com a automatização do pagamento e defende que este novo sistema vem apenas “burocratizar uma coisa tão simples que é pôr lá uma moeda”.

Outra condutora, Ema Ferraz, é também crítica quanto ao novo sistema e sublinha que “há pessoas que não têm smartphone nem sabem usar aplicações”.