TAP: empréstimo de 120 milhões à espera de decisão da ANAC

Fernando Pinto, presidente executivo da TAP, fez saber esta terça-feira que o empréstimo obrigacionista de 120 milhões de euros continua sem ter luz verde da ANAC. No entanto, trata-se de um “processo em andamento”.

A injeção de capital vai ser subscrita pela Azul, companhia aérea brasileira de David Neeleman, e também, de forma indireta, pela companhia aérea HNA.  Também o Estado português deverá subscrever parte, no âmbito do novo memorando de entendimento assinado pelo consórcio de David Neeleman e Humberto Pedrosa.

Prejuízos da TAP

David Neeleman reiterou que o prejuízo da TAP em 2015 foi o “maior dos últimos 15 anos” e admite que os prejuízos terão sido superiores em 150 milhões ao que estava previsto. O empresário reafirma e justifica, assim, a necessidade de injetar capital. A ideia é que os acionistas privados entrem já esta semana com 90 milhões de euros de um empréstimo obrigacionista de 120 milhões. Apenas depois do acordo final entre o executivo de António Costa e o Consórcio Atlantic Gateway é que se saberá se os restantes 30 milhões serão, ou não, assumidos pelo Estado.

Já em relação à entrada de capital chinês, que muito foi questionada quando foi anunciado o memorando de entendimento entre governo e o consórcio, David Neeleman explica: “Como nós informámos, os chineses investiram na Azul [companhia aérea] e a Azul vai fazer o investimento na TAP. As ações que eles vão ter serão através do investimento da Azul na TAP”.

Quem são os investidores que querem investir na TAP?

O grupo HNA foi criado em 1993 como uma companhia regional, mas bastaram duas décadas para transformar-se num conglomerado gigante. A companhia tem hoje negócios na aviação, na indústria e no turismo, entre outros. Existem supermercados, bancos e agências de turismo controlados por este grupo chinês, que tem mais de 110 mil funcionários espalhados um pouco por todo o mundo.

O principal negócio da empresa é a aviação, sendo que o grupo opera diversas companhias aéreas: Hainan Airlines, Tianjin Airlines, Deer Jet, Lucky Air, Capital Airlines, West Air, Fuzhou Airlines, Urumqi Air, Yangtze River Express, MyCARGO, Africa World Airlines, entre outras. Em 2014, a empresa conseguiu somar lucros na ordem dos 206 milhões de dólares, 26% mais do que em período homólogo. Em 2015, a Hainan Airlines já era a maior transportadora aérea privada da China e a quarta maior em dimensão, com uma frota de 561 aviões.