Antes disso, o deputado do Partido Trabalhista Português, fez um discurso em que justificou que ia fazer um protesto contra “a Justiça corrupta da Madeira” que lhe penhorou o salário. Despir a roupa e ficar nu é um ato, segundo disse, inspirado numa pregação de Jesus, contada na Bíblia por S. Mateus: “Quando eles quiserem platear contido e tirarem-te o vestido – dá-lhes também a capa”.
Em causa está um processo que lhe foi movido por uma agente de execução, Maria João Marques – que está em parte incerta e é procurada pela própria Justiça por suspeita de ter burlado diversos madeirenses em processos de execução. José Manuel Coelho insurge-se contra o facto de o Ministério Público estar a instruir a queixa da solicitadora contra si, mas nada se sabe das investigações às burlas em que é suspeita de ter ficado com dinheiro de clientes.
“Esgotamos todas as instâncias: Conselho Superior da Magistratura,Ministério Público, Provedor de Justiça, presidente da Comarca da Madeira – ninguém quer saber da injustiça cometida para com o José Manuel Coelho. Em que um deputado por defender as populações roubadas pela agente de execução da Maria João Marques é obrigado pelos tribunais a pagar-lhe uma indemnização milionária, por vias de um processo por calúnia e difamação colocado pela solicitadora burlona. Hoje foragida da justiça por ter-se apropriado indevidamente de 2 milhões de euros” – afirmou ao Funchal Notícias. “Os tribunais fingem que não sabem onde está a senhora, e acabaram de me condenar a mim, por eu ter denunciado os seus roubos contra o povo”, queixa-se o deputado madeirense, que tem o salário de deputado penhorado por via desse processo judicial: cerca de 700 euros por mês, durante 164 meses, “para dar a esta senhora”.