Moscovici afasta os ‘ses’

Quando Pierre Moscovici fala de mais austeridade para Portugal, a conversa perde-se na tradução da diferença entre o “if” e o “when”. Mário Centeno diz que só haverá mais medidas “se” for necessário. O comissário europeu para os assuntos económicos insiste que terá de haver medidas adicionais “quando” for necessário. Hoje, em Lisboa, Moscovici voltou…

O comissário não gosta de pensar nos “ses” e prefere concentrar-se nos “quandos”. E o quando já tem data: “No fim deste processo em maio haverá respostas”.

Saber o “quê” é que parece mais difícil. Pierre Moscovici elogia “bom trabalho” que foi feito desde que Portugal pediu o Programa de Assistência Financeira e diz que agora Comissão Europeia e Governo português vão trabalhar “lado a lado” para elaborar até meados de abril o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas. O que é que estará nesses documentos? “Não vamos já saltar para essas conclusões”, limitou-se a responder o comissário na conferência de imprensa no Ministério das Finanças.

Com o ministro Mário Centeno ao lado, Moscovici recusou confirmar se as medidas adicionais em estudo são no valor dos 700 milhões de euros que os jornais têm noticiados e fez apenas uma referência rápida à importância de reformas no “mercado de trabalho” sem querer entrar em mais esclarecimentos.

Centeno pouco mais disse. “A minha resposta poderia ser a tradução do que disse o senhor comissário, mas isso não é apropriado”, disse o ministro, repetindo que “o Governo está a trabalhar no Programa de Estabilidade e no Plano Nacional de Reformas”.

Sobre medidas adicionais, Mário Centeno não fala. “Estamos muito empenhados com a execução orçamental de 2016”, afirmou, acrescentando que “todas as notícias que saiam deste figurino não são notícias que mereçam mais comentários”.