Nuno Melo arrebata congresso

Nuno Melo teve até agora o momento mais animado do Congresso do CDS. 

O eurodeputado atacou as "erratas do Governo, não poupou os cartazes do BE, jurou lealdade a Assunção Cristas e até inventou um ditado. "Sondagem malvada é caminha abençoada", lançou a Cristas, desejando-lhe o melhor porque "os sucessos da Assunção são as vitórias do CDS". No fim, teve direito a um aplauso de pé entusiástico, pelo meio arrancou várias gargalhadas.
Foi sempre dado como favorito do aparelho centrista para suceder a Paulo Portas, mas decidiu ficar de fora da corrida e hoje explicou estar convencido de que esse foi o melhor contributo que poderia ter dado ao partido, porque se traduziu em "unidade".

"A Assunção Cristas está em muito melhores condições para liderar o CDS do que eu próprio alguma vez estaria neste momento", garantiu aos congressistas, relevando que a atitude que teve a aprendeu na Escola Prática de Infantaria de Santarém, onde lhe ensinaram que "o importante é que não fique ninguém para trás". Ou seja, "é muito importante que o CDS fique unido e não fique ninguém para trás".

Nuno Melo só não quer que o partido se esqueça da ideologia. E considera que "nunca como agora a ideologia fez tanto sentido", pelo que é obrigação da democracia cristã dizer "presente" como disse há 40 anos, para fazer um "contraponto democrático".

O centrista acha que o papel dos centristas é fundamental porque "este Governo é um equívoco" e uma "errata". E lembrou mesmo que ainda hoje numa reunião de socialistas em Paris organizada pelo Presidente Holande, Costa se sentou ao lado de Alexis Tsipras do Syriza. "Valha-nos Nossa Senhora! O que mais nos havia de acontecer?", lançou.
O tema religioso prosseguiu com a memória dos cartazes do BE que diziam que "Jesus também tinha dois pais", numa campanha de defesa da adopção homossexual. "O BE ofende a fé de milhares de portugueses e no dia seguinte não acontece nada?", perguntou, respondendo que "em política como na vida não pode valer tudo".

Melo acha mesmo que a ideia dos cartazes deve ter surgido "num daqueles famosos acampamentos bloquistas onde se estuda o auto-cultivo de drogas".